S.T.A.R.S Home - 2º Dia
Medo

S.T.A.R.S Home - 2º Dia


2º Dia
 
5:30 da manhã
Chris não conseguira nem pregar os olhos. Só de imaginar Wesker ali, no mesmo quarto que ele. E encará-lo era ainda pior. Tinha vontade de matá-lo, e sabia que Wesker sentia o mesmo.

* * *

- Todos os participantes, por favor, dirijam-se à sala principal. - a voz de Blue King anunciou em cada um dos quartos.
Jill e Claire sentaram-se em suas camas, também não haviam conseguido dormir.
- Participantes? Participantes do quê? - disse Claire, torcendo o nariz.
Quando as duas desciam as escadas para a sala principal, lá estavam os outros componentes, cada par vindo de uma direção.
Claire, imediatamente, correu para os braços do irmão.
- Chris! Que bom te ver!
- Também é ótimo te ver, Claire. Você dormiu bem?
- Uh-huh. - a jovem respondeu, mordendo os lábios.
- O café da manhã está na mesa. Se tiverem fome depois da prova, poderão desfrutar de uma mesa farta com a qual sempre sonharam.
- Prova? - perguntou Jill.
- Isso mesmo. Procurem um mapa pelo primeiro andar; ele indicará para onde devem ir.
- Mapa? Que história é essa de mapa? - pergunta Wesker.
- Vocês fazem perguntas demais. Ele estará por aí. Procurem em todos os cantos para conseguirem encontrar o mapa, pois ele indicará a direção para onde devem seguir.
Os oito começaram a vasculhar em tudo, desde embaixo dos móveis, até em cima dos lustres. Para isso, os rapazes faziam uma espécie de torre para que as garotas pudessem subir. Mas os esforços foram em vão, não encontraram mapa nenhum, pelo menos no Hall principal. Jill, enquanto procurava, encontrou um pequeno envelope.
- Acho que encontrei! - gritou, exaltada.
Todos a rodearam, procurando ler o papel que ela ainda retirava do envelope.
- Não é um mapa. - ela franziu as sobrancelhas. - Mas tem algo escrito aqui: "Olhem ao seu redor. A imagem inversa indicará onde o mapa realmente está". Só isso.
- Mas já vasculhamos tudo ao nosso redor. - disse Rebecca, sem entender.
Ada, até então calada, como sempre, decidiu abrir a boca.
- O que me dizem daquelas salinhas ali?
Todos olharam fixo para a moça.
- Ela está certa. Vamos lá!
Decidiram, então, procurar nas salinhas próximas. Os grupos escolhidos por Blue King na noite anterior se separaram, respectivamente, e foram cada um para um lado.

* * *

A saleta para onde foi Jill, Chris, Rebecca e Wesker era bem iluminado, com um grande espelho envolto por lâmpadas fluorescentes, que chegavam a cegar de tão fortes.
- Vamos começar a procurar, olhando primeiro nas gavetas e embaixo de cada móvel. - disse Wesker. - Se encontrarem, gritem!
Jill e Rebecca acenaram, enquanto Chris bufava de ódio.
Cansaram de procurar e nada. Nada.
- Gente! - disse Jill, vagarosamente. - Aquela charada...
- O que tem? - perguntou Rebecca.
- Eu acho que já sei onde está o mapa.
- Então fale! - disse Wesker.
Jill puxou um abajur de metal de uma mesinha e jogou-o sobre o vidro do espelho envolto por lâmpadas. O vidro do espelho rachou em milhares de pedacinhos, que se espalharam para todos os lados.
- A imagem inversa nos indicaria onde estaria o mapa. - Jill repetiu a charada, olhando para os olhos de cada um dos três. - Quando olhamos para um espelho, o que vemos?
- Nossa imagem inversa. - Rebecca sorriu.
- Exato. - Jill olhou para ela, também sorrindo, em seguida virou-se para onde estava o espelho antes. Havia um fundo de madeira por trás, e um grande envelope vermelho preso a ele. Jill arrancou-o, retirando o lacre, com o símbolo da Umbrella.
- Umbrella Inc.. Que previsível! - disse Chris.
- Abra logo isso aí! - disse Wesker, impaciente.
Jill nada respondeu, apenas encarou-o de relance, fuzilando-o.
- Aqui está. O mapa. - disse ela, apertando a brochura de papéis em seus dedos.
- Conseguimos! - disse Chris.
- Vamos voltar para o Hall. - disse Rebecca.
Todos acenaram e saíram da salinha.

* * *

- Encontramos! - Jill entrou gritando no Hall, sua voz ecoando pelo local.
Os outros surgiram na sala, após escutarem o grito da jovem.
- Ótimo! Me entrega ele aqui! - disse Wesker, puxando o mapa das mãos de Jill.
- Vejo que conseguiram encontrar o mapa. Muito bem! Agora, antes de qualquer coisa, devem estar famintos. Uma farta mesa de café de manhã espera por vocês. - disse Blue King.
Os oito dirigiram-se à sala de jantar, e tudo o que Blue King dissera era verdade. Apesar de saberem quanto perigo os rondava, a fome era tanta que os olhos chegaram a brilhar e as bocas se encheram de água.

* * *

- Atenção, participantes! - disse Blue King, assustando-os. - Assim que terminarem de comer, dirijam-se imediatamente ao Hall principal.
Houve uma demorada troca de olhares preocupados, Claire se arrepiava toda vez que ouvia a voz de Blue King.
Logo que terminaram de comer, foram ao local combinado, já imaginando o que poderia ser deles a qualquer momento.
- Vejam que são obedientes e inteligentes também. - disse Blue King. - Creio que alguns de vocês, presentes no recinto, suponham que já conheçam essa mansão como a palma da mão, mas é aí que se enganam. E para isso vocês têm um mapa. Em primeiro lugar, quero que abram na primeira folha do bloco. Sigam para o local marcado em azul.
- O que vai acontecer lá? - pergunta Jill.
- Sem perguntas...
- Como assim, sem perguntas? Eu não pedi para vir para essa merda de lugar, portanto quero explicações. Queremos saber porque estamos aqui e o que você quer da gente. Nem ao menos te conhecemos, pois você é um covarde que não mostra a cara, fica escondido atrás de uma voz eletrônica. As armações já estão indo longe demais!
- Senhorita Valentine, deixe o linguajar chulo para lá e apenas obedeça; lembre-se que qualquer movimento errado dentro dessa casa pode significar a morte. Você sabe bem disso, não sabe?
Jill ficou calada, cerrando os punhos com todas suas forças.

* * *

- Muito bem. Sigam para o lugar marcado de azul e procurarem pelo local duas chaves. Uma verde e uma azul. Lembrem-se que ainda estão separados em grupos. Então obedeçam aos seus líderes. - disse Blue King.
- Obedecer ao Wesker. Nem morto - disse Chris olhando para Claire.
- Eu escutei, Chris. E como sou o seu líder, novamente, vai me obedecer, queria ou não.
- Quem você pensa que é, hein? - grita Chris, entrando na frente de Wesker.
- Garotos, não briguem agora. - disse Ada, com uma voz sensual. - Vamos apenas fazer o que Blue King diz.
- Espera aí, Ada. Você está muito confiante. Acho que você está envolvida nesse tudo! - disse Alfred gritando.
- Se eu estivesse, Brad também estaria já que ele não disse nada até agora.
Todos olham para Brad, surpresos.
- Brad! Você não seria capaz de fazer algo assim com a gente, não é? - pergunta Jill.
- Mas do que vocês estão falando? Eu estou quase desmaiando aqui de tão assustado e vocês ainda acham que eu estaria envolvido com esse tal de Blue King? Eu quero é sair daqui!
- O velho Brad... - disse Wesker sarcasticamente.

* * *

- A mansão está diferente. Era para ter uma sala aqui onde havia vários quadros. Mas não tem. - disse Chris, lembrando-se de quando esteve naquele lugar sombrio.
- A mansão não é a mesma. É isso que me deixa assustada. - continua Jill.
- Bom, gente, o lugar que indica no mapa é aqui.
- Então vamos começar a procurar as drogas das chaves. - disse Wesker.
A sala onde estavam não era desconhecida à maioria deles. Era um local rústico, com um velho jogo de sofá listrado de bege e marrom, uma mobília velha e arranhada e as paredes amareladas. A iluminação era clara, pelo menos. Na parede, algo chamou a atenção. A velha espingarda quebrada, que um dia, fora colocada pelos S.T.A.R.S., continuava lá, intacta, apenas empoeirada.
Jill tocou a arma, trêmula.
- Quando eu retirar essa arma, vocês não abram a porta de jeito nenhum.
Todos acenaram, e Jill retirou a arma. Nada aconteceu, nem um ruído.
- Do que está falando, sua louca? Não aconteceu nada! - disse Wesker, abrindo a porta, assim que, ao mesmo tempo, Jill arregalou os olhos, diante da atitude dele.
-Ufa... - disse a jovem. - A armadilha foi desativada, ainda bem!
- Me dê essa arma aqui... - disse Alfred.
- Está quebrada... - disse Jill.
- Hum, quebrada, é? - Alfred franziu as sobrancelhas, olhando bem para a espingarda em suas mãos, depois a devolvendo para Jill.
Jill fez pouco caso ao gesto rude de Alfred, apenas girando os olhos e torcendo os lábios, como sinal de indiferença. Nesse mesmo instante, algo sobre a mesinha de centro lhe chamou a atenção, havia uma pequena caixa de cartuchos de espingarda.
- Olhem isso! - Jill pegou a pequena caixinha e sacudiu-a.
- Cuidado com isso, vai que essa munição explode! - gritou Brad, tremendo.
- BRAD! Pelo amor de Deus! Isso porque você é da polícia... - disse Claire, próxima de Jill.
Jill abriu a caixa e, surpresa, retirou o que havia nela.
- Uma bala, apenas uma bala. - disse ela. - Será que...?
- A arma deve estar funcionando, ainda. - disse Chris, sorrindo inesperadamente.
Jill aproximou a bala dos seus olhos, lendo o que havia gravado na pequena munição.
- "Uma única bala para uma das chaves. A antiga armadilha é uma das chaves do mistério"... - disse ela. - Incrível!
- Tá, mas o que pode significar isso? - disse Rebecca, confusa.
- Eu acho que já sei! - disse Claire, coçando a cabeça. - Nesse momento, todos olham para ela.
- O quê? - disse Alfred. - Fala logo, garota estúpida!
- Fica na sua, seu idiota! - reclamou Chris, já querendo brigar novamente com Alfred.
- Parem! É sério! Eu acho que resolvi o mistério. - disse Claire, pegando a espingarda e a única bala das mãos de Jill. - Agora, preciso de concentração, pois se eu falhar, não teremos outra chance.
Claire mirou no suporte onde estava a espingarda, atirando em seguida. A velha madeira do objeto fez um ruído e se desmanchou, revelando um fundo falso. Claire quebrou o fundo falso com a coronha da arma e, de acordo com sua intuição, ela estava certa.
- Aqui está. - disse ela, balançando a chave.
- Me dê ela aqui! - disse Wesker.
- Não! Fui eu que achei, então quem fica com ela sou eu! - disse, desafiadoradamente.
- Gente, chega de conversa fiada. Vamos procurar a segunda chave. - disse Ada.
Todos acenaram, concordando.

* * *

Todos acenaram, concordando. Wesker lembrou-se de que no mapa estava apenas um local marcado de azul. Isso fez ele pensar que talvez a segunda chave também estivesse naquela sala ainda.
A segunda chave deve estar por aqui ainda. Mas não vou falar para esses idiotas do meu lado. Vou achá-la sozinho.
Quando todos saem da sala, Wesker permanece no local, olhando para todos os cantos, fuçando em todos os lugares, fazendo a maior bagunça.
- Onde está a droga dessa chave? Se ao menos eu soubesse pra que... - Wesker pára de falar quando encontra atrás da estante uma chave, pregada com durex.
- Mas quem eles acham que é idiota aqui? Essa chave estava muito fácil de encontrar! Tem algo errado nisso!
Wesker retira a chave de lá e, indignado com a facilidade que encontrou a chave, guardou-a no bolso.
- Mas o que você acha que está fazendo, hein? - grita Chris, pegando Wesker no flagra, guardando a chave no bolso.
- Eu?
- Você mesmo! Encontrou a chave e acha que iria esconder de nós!
- Escuta aqui Chris. Voce não se mete.
Quando todos os escutam discutindo, correm para ver o que estava acontecendo.
- O que houve Chris? - pergunta Claire.
- Wesker estava trapaceando, como sempre.
- Atenção todos os participantes. - surge a voz de Blue King. - Vejo que encontraram as duas chaves. Estão de parabéns.
- Wesker estava trapaceando! Você não vai puni-lo? - grita Chris, olhando para o teto.
- Wesker não estava trapaceando. Ninguém viu isso. Você deve estar confundindo as coisas Sr. Redfield. - disse Blue King.
- O que? Você está do lado dele? Isso não é possível.
- Acalme-se Chris. - disse Jill, colocando a mão em seu ombro.
- Eu ainda fico louco neste lugar, resmunga Chris sentando-se no sofá.
- Quero que as duas chaves fiquem com Claire Redfield. Ela deverá guardá-las e protegê-las. Amanha de manhã, direi o que fazer com as chaves.
- Eu vou ter de ficar com as chaves? Odeio isso.
Chris levanta do sofá e passa ao lado de Wesker.
- Estou de olho em você.
Wesker olha para Chris enfurecido. Mas não disse uma palavra. Alfred, que viu essa cena, estranhou.
Esses dois estão planejando alguma coisa, ou tem alguma coisa a mais nessas brigas...

Tenha bons sonhos, se puder...



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