O rato gigante de Sumatra
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O rato gigante de Sumatra



Nativo de uma das regiões mais isoladas da selvagem Ilha de Sumatra, esses grandes roedores habitam as florestas tropicais interioranas da Indonésia. Também vivem nas Montanhas Fuja na Ilha de Papua, em algumas florestas de Bornéu e possivelmente em ilhas inexploradas do Pacífico Sul.

O Rato Gigante de Sumatra (Ratus Inferniccus) é um animal raro cuja existência não foi inteiramente comprovada pela ciência. Diferente de outros roedores, esse animal seria basicamente um predador que costuma caçar suas presas à noite. Suas vítimas incluem pássaros, crustáceos, mamíferos de pequeno porte e insetos.

Segundo observações obtidas no século XIX, as características físicas desse animal o destacam de outros roedores típicos. O Rato Gigante do Sumatra seria grande, podendo medir até 50 centímetros de comprimento com um adicional de mais 30 centímetros de cauda. Um espécime médio pesaria aproximadamente 700 gramas. Contudo, indivíduos excepcionais poderiam pesar até dois quilos e meio. Esses exemplares tem as dimensões de gatos caseiros e apesar de grandes, são extremamente ágeis e rápidos. O pelo desses animais é ralo e cinzento, escuro no alto e mais claro na parte de baixo de seu corpo.

Durante a caça, eles usam seu peso considerável para imobilizar as suas presas prendendo-as para em seguida desferir uma mordida em alguma área sensível, em geral na garganta. Os Ratos Gigantes possuem um par de dentes afiados, capazes de perfurar madeira e uma mandíbula forte que pode provocar estrago e machucar um homem adulto. Uma mordida é perfeitamente capaz de arrancar sangue e deixar um ferimento grave. Esses animais são ferozes, sobretudo quando estão famintos e não se intimidam mesmo diante de adversários maiores.

O primeiro contato registrado com o Rato Gigante do Sumatra se deu em 1770, quando marinheiros do navio inglês Sagramor aportaram na ilha de Mandilha próximo a Sumatra. A tripulação veio a terra para obter água e alimentos a fim de renovar suas provisões e depois seguir viagem. Segundo o escrivão, um notário chamado Brian Swift, parte dos homens ficou aguardando na praia enquanto os outros entraram na floresta para fazer uma exploração. Logo, ouviu-se gritos vindos da floresta. O pessoal na praia se armou e seguiu em busca de seus companheiros, mas não tiveram de adentrar mais do que alguns metros. Seus companheiros fugiam em desabalada disparada, perseguidos por enormes ratos com dentes afiados e apetite voraz. Os marinheiros conseguiram retornar para a praia, deixando para trás caixas de frutas e jarros de água. Tiveram de empurrar seus botes a remo de volta para a água. Mesmo na beira do mar, os enormes ratos ainda os perseguiam e lhes mordiam pernas e tornozelos. Quatro homens teriam se machucado seriamente e um quinto chegou a perder o pé, que foi amputado quando retornaram a embarcação. A descrição de Swift não foi levada em consideração e muitos acreditavam que sua narrativa não passava de um exagero.


Em 1793 um navio francês, o Regine também teve um contato com os mortais Ratos Gigantes, dessa vez em Sumatra. O navio havia aportado e contando com um naturalista chamado Henry Bernardiere, pretendia localizar o animal que vinha sendo considerado lendário pelos marinheiros. Utilizando guias locais, o grupo de Bernardiére adentrou a Selva de Mopai, uma região de vegetação densa e até então inexplorada. Seis homens compunham a expedição, incluindo o naturalista, seu jovem ajudante Mani e mais um grupo de nativos. O objetivo deles era cruzar a floresta e chegar a uma área onde habitavam os animais considerados pelos guias criaturas perigosas. Desse grupo, apenas o jovem Mani e dois guias conseguiram retornar, contando uma estória de horror que envolvia o ataque surpresa de roedores tanto de dia quando à noite. Segundo o rapaz, Bernardiére foi um dos primeiros a morrer, vítima de um rato gigante que entrou em sua barraca à noite e rasgou sua garganta enquanto ele repousava. Os demais apenas conseguiram sair com vida marchando dia e noite até perto do esgotamento total, chegando a abandonar seus companheiros, para escapar da perseguição implacável dos roedores.

Depois desse caso, o almirantado proibiu que estórias a respeito dos Ratos Gigantes fossem contadas a fim de evitar que marinheiros se negassem a ir a terra quando necessário.

Apenas em 1846 se ouviria falar novamente dos ratos gigantes do Sumatra. Um navio britânico teria aportado em uma ilha não identificada próxima a Bornéu onde resgatou um naturalista inglês que havia sobrevivido a um naufrágio. O homem meio enlouquecido pela experiência contou que vivera na ilhota tendo de enfrentar a letal fauna, que incluía o Rato Gigante do Sumatra. O sujeito chamado Charles Thackery, auxiliou a tripulação a obter suprimentos e lidar com os ratos quando estes apareceram. Dois animais foram capturados e levados com vida até Singapura e lá empalhados para seguir a Londres e Wellington. Os dois espécimes preservados chegaram ao seu destino na Inglaterra e Nova Zelândia.

Em 1852 uma Expedição do Museu Britânico à bordo do navio Mathilda Briggs partiu para o Oceano Indico com objetivo de capturar espécimes vivos do Rato Gigante de Sumatra. A expedição chefiada por Gibson Hallerman, um importante biólogo, recrutou o naturalista Charles Thackery para auxiliar na captura dos insidiosos animais. O grupo aportou em Bengkulu, no leste de Sumatra e adentrou a selva contando com guias locais, caçadores fortemente armados e uma equipe de carregadores levando gaiolas e jaulas. A expedição sofreu baixas, causadas sobretudo por doenças tropicais e pelos rigores da selva, mas teve sucesso em capturar 22 espécimes de ratos gigantes vivos. Os animais foram colocados em jaulas para serem levados de volta para a Inglaterra no porão do Mathilda Briggs.

Durante a viagem o navio de Hallerman foi colhido por uma tempestade repentina e supostamente afundou em local desconhecido do Pacífico Sul. Há boatos de que o naufrágio tenha ocorrido próximo a costa de um lugar mítico, cujo nome é sussurrado por marinheiros: A Ilha da Caveira. Essa mitológica ilha foi diversas vezes mencionadas em diferentes filmes. Sua primeira menção cinematográfica teria sido no filme King Kong.


Rumores dão conta de que, as gaiolas contendo os Ratos do Sumatra teriam sido resgatados por nativos antes do navio afundar por completo. A mesma sorte não tiveram os marinheiros que acabaram mortos por uma tribo primitiva que habita esse lugar amaldiçoado. Qual o impacto da inserção desses estranhos animais na fauna local, só podemos imaginar.

Não houve registros subsequentes sobre avistamentos de Ratos Gigantes do Sumatra, embora, marinheiros japoneses durante a Segunda Guerra tenham visto estranhos animais que correspondiam a descrição, mas nenhum espécime foi capturado e o testemunho deles não pode ser corroborado.

Atualmente, apenas o animal empalhado, mantido em Wellington ainda está em exposição. Em 1942, o espécime que pertencia ao Museu Britânico desapareceu sem deixar vestígios durante uma mudança do acervo do Museu para salvaguardar os itens sob risco dos bombardeios alemães.

Sem dúvida a descoberta de um Rato Gigante do Sumatra seria uma descoberta importante para a ciência, contudo não há planos de novas expedições com esse intuito.

Fonte: Mundo Tentacular

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