O Flautista da Morte
Medo

O Flautista da Morte


Iaê Galera! De boa? Mais uma vez estou aqui para postar uma estoria para você!! A estoria de hoje é baseada numa coisa que um amigo meu me pediu para criar... Vamos a estoria e boa leitura ~Luan



Um amigo meu que morreu não a muito tempo atrás me falo no dia antes de sua morte que estava escutando a todo momento uma música tocada por uma flauta e a cada minuto que passava a musica ficava mais e mais fraca, e que aquela música seria o que sobrava de sua vida, e quando a flauta parasse o tempo que lhe restava teria acabado. Achei que ele estava ficando louco afinal estávamos os dois internados nesse hospital, e achei que ele apenas estaria ansiando pela sua morte, o seu estado nem era muito grave os médicos sempre prometiam sua recuperação.



No dia seguinte ele iria ser operado, mas antes ele veio me visitar e falou sorrido: ''Não escuto mais a flauta''
''Finalmente parou com essa besteira né cara! Você não vai morrer tão cedo!''- Afirmei sorrido
''A música da flauta parou, minha hora chegou! Lhe desejo uma breve recuperação Matheus!''- Afirmou ainda sorrindo.
''Ah cara, para de besteira já está me assustando, vai logo para o teu quarto que tu vai fazer a cirurgia hoje e pára com essas coisas!''- Gritei irritado.
''Ok ok, mamãe, já vou!''- Falou saindo do meu quarto.


Mais tarde naquele mesmo dia, recebo a triste noticia de que Victor não havia resistido a cirurgia, fiquei triste e ao mesmo tempo assustado, afinal ele havia previsto a sua morte e veio para o meu quarto somente para se despedir, a flauta que ele tanto falava, realmente era o que restava de sua vida?

Eu estava pasmo com tal possibilidade, não queria aceitar que ele havia mesmo previsto a própria morte, mas não havia nenhuma outra explicação, eu tinha que aceitá-la. Pensando bem, eu até ouvi uma estoria de algo semelhante a isso, mas não me lembro onde foi.

Depois de mais ou menos três dias comecei a escutar uma música tocada por uma flauta, era de uma harmonia e magnitude tão imensa que a principio eu nem ao menos quis saber quem era o desgraçado que atrapalhava no meu sono a tarde, a música parecia estar sendo tocada ao meu lado. Eu estava calmo, era quinta e toda quinta aqui no hospital um grupo de jovens vem para brincar com as crianças com câncer que estão no andar logo abaixo, achei que deveria ser um deles que tocava tal magnifica musica que nem ao menos fazia parte do meu gosto musical, mas era tão bela que mal podia pensar em parar de ouvi-la.

Um amigo de infância veio me visitar e conversamos sobre como tudo estava diferente e várias outras coisas... ate que o perguntei: ''Essa musica é ótima não é cara?''
''Que musica?''- Perguntou confuso.
''Você não esta escutando?''- Perguntei assustado.
''Não, eu não estou!''- Respondeu calmamente.
''Essa que parece ser tocada por uma flauta''- Perguntei, me lembrando da minha conversa com Victor.
''Cara você está ficando doido depois de tanto tempo internado!?''- Respondeu sorrindo.

Uma enfermeira entra no quarto e fala que a hora da visita teria acabado e que já era hora do remédio, Lucas se despede e sai do quarto falando: ''Espero ansioso pela sua recuperação garoto, tome os remédios direitinho, entendeu?'' - Aceno com a cabeça que sim, tomo os remédios e fico sentado naquela cama dura de hospital da qual já estava acostumado e fico a pensar: ''O Lucas não escutou a flauta, aparentemente a enfermeira também não, será que estou ouvido o que resta de minha vida? A contagem regressiva da qual o Victor estava escutando, meu fim esta tão próximo? Mas só falta mais uma única cirurgia para eu finalmente voltar para casa... Eu irei morrer nela assim como Victor?''.

A princípio fiquei completamente desesperado, mas a medida que a música ficava mais baixa e distante eu me contentava. Finalmente chegou o dia de minha cirurgia, a musica já estava tão baixa que mal dava para ser ouvida, me despedi de todos fui para a sala de cirurgia.

Lá refleti sobre todos os maus e bons momentos pelo qual já havia passado, comecei a querer viver. ''Logo agora que eu tenho minha chace de viver normalmente irei morrer? Que coisa mais injusta!! Não deveria ser assim! Victor também deveria ter vivido mais... Porque tem que ser assim? Que mundo injusto!!! Morremos injustamente! Já não bastava o mundo material ser tão injusto? O mundo da morte também tem que ser tão injusto?''- Pensei fortemente, irritado com tudo que acontece nesse mundo onde vivemos.

Então a cirurgia começa, os médicos aplicam a anestesia e começam... Olho para o lado e vejo um homem de terno preto de pé ao meu lado tocando uma flauta, parecia estar em um funeral, então ele abaixa a flauta parando a música que eu já mal conseguia escutar, os médicos começam a gritar para pegarem os aparelhos de ressuscitação e começam a me dar choques, não senti absolutamente nada.

Percebendo que a minha hora havia chegado ao fim, sorriu sussurrando: ''Mas que mundo injusto!!''. O flautista sorriu e falou: ''Sua hora ainda não chegou 'mamãe'. Você não vai morrer tão sedo!'' e voltando a encostar a flauta em sua boca, começa tocar a música cada vez mais e mais alto, até chegar ao ponto de eu não poder mais escutá-la. Minha visão começa a ficar escura e olho uma última vez para o flautista.

Depois acordo na cama do hospital, não sei se eu estava alucinando por causa da anestesia, mas antes de desmaiar eu havia visto Victor tocar sorridente sua flauta e mesmo sem mais poder ouvir a música tocada pude perceber que era ainda mais magnifica que a anterior. Até hoje escuto estórias de pessoas que disseram ter ouvido essa magnifica musica tocada por uma flauta, e um dia depois encontraram a morte. Algumas pessoas que afirmam terem sido salvas por um flautista de terno, naquele mesmo hospital...

Gostaram? Comentem... amanha tem a continuação da estória ''Você deve Merecer oque Pedir a Deus''... Ate a próxima \o/



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