Maria Mandel: A besta de Auschwitz
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Maria Mandel: A besta de Auschwitz



Olá amigos e amigas. Algumas das primeiras postagens aqui do blog Noite Sinistra falavam de assassinos e assassinas Nazistas, como MengeleHerta Oberheuser, assim como já falamos aqui sobre as experiências nazistas realizadas em humanos nos campos de concentração (clique aqui para recordar). Hoje voltamos a falar sobre crimes cometidos por Nazistas, e o personagem cruel da vez é Maria Mandel, ou "A Besta", como ficou conhecida no campo de concentração e extermínio de Auschwitz.

Maria Mandel

Maria Mandel nascida em 10 de janeiro de 1912 e morta em 24 de janeiro de 1948,  foi uma notória guarda feminina de alta patente da SS nazista, servindo no campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia. Mandel esteve envolvida diretamente na morte de cerca de 500.000 mulheres judias, ciganas e prisioneiras políticas, segundo dados Jewish Virtual Library.

Nascida na Áustria, começou a carreira de guarda de prisão em Lichtenburg, um dos primeiros campos alemães na Saxônia, em 1938, junto a outras cinqüenta mulheres. Em 1939, junto com outros guardas e prisioneiros, foi transferida para o recém-construído campo de Ravensbrück, próximo a Berlim. Seu trabalho rapidamente impressionou seus superiores, que a promoveram a SS-Oberaufseherin (Supervisora Senior) em julho de 1942. Em Ravensbrück, ela supervisionava as chamadas diárias de prisioneiros, as tarefas dos guardas comuns e prescrevia punições como chicotadas e espancamentos.

Em 7 de outubro de 1942, Mandel foi transferida para o campo de Auschwitz, na Polônia, onde foi promovida a SS-Lagerführerin (Líder de Campo), um cargo de comando abaixo apenas do próprio comandante do campo, Rudolf Höß. Lá ela controlou diretamente todos os campos e sub-campos femininos de Auschwitz e seu poder sobre as prisioneiras e suas subordinadas era absoluto. Maria teve simpatia por outra notória guarda feminina SS, Irma Grese, a quem promoveu a chefe do campo de judias húngaras em Auschwitz-Birkenau, anexo do complexo de extermínio de Auschwitz.

Mulheres do campo de judias húngaras

A besta de Auschwitz

De acordo com testemunhas que sobreviveram aos horrores dos campos de concentração, uma de suas crueldades preferidas era se posicionar em frente ao portão de entrada de Birkenau, esperando para ver se algum prisioneiro se virava para olhá-la; quem tivesse a "ousadia" de encará-la, era sumariamente executado.

Em Auschwitz, era conhecida como "A Besta" e pelos dois anos seguintes encarregou-se de selecionar prisioneiros para as câmaras de gás e outras atrocidades. Freqüentemente escolhia alguns prisioneiros para lhe servirem de mascotes, tal como animais de estimação, mantendo-os fora das câmaras até se cansar deles e os enviar para a morte.

Auschwitz
Também foi testemunhado sobre seu especial prazer em selecionar as crianças que deveriam ser executadas. Foi Maria Mandel quem criou a famosa orquestra feminina de Auschwitz, formada por prisioneiras, e que acompanhava as chamadas diárias, execuções, seleções e transportes. Ela assinou ordens enviando um número estimado de 500 mil mulheres e crianças para as câmaras dos campos de Auschwitz I e II.

Em novembro de 1944, Maria Mandel foi enviada para o sub-campo de Mühldorf, no complexo de Dachau, onde ficou até maio de 1945, quando deixou o campo por causa da aproximação dos Aliados e fugiu pelas montanhas do sul da Baviera para sua cidade natal de Münzkirchen, na Áustria.

Prisão e Julgamento

Ela foi presa em sua terra natal em 10 de agosto de 1945, pelos norte-americanos e, após diversos interrogatórios onde ficou constatado a sua importância na inteligência e dedicação ao trabalho nos campos, foi devolvida à Polônia. Em novembro de 1947, após passar dois anos em custódia dos Aliados, foi julgada por crimes contra a humanidade numa corte de Cracóvia e sentenciada à morte. Foi enforcada em 24 de janeiro de 1948, aos 36 anos de idade.

Mandel durante seu julgamento
O enforcamento aconteceu na prisão de Montelupich, em Cracóvia. No mesmo dia outros 20 nazistas condenados foram enforcados em Montelupich, sendo que eles seriam enforcados em grupos de 5 pessoas. Maria Mandel fez parte do primeiro grupo a receber a punição final pelos crimes cometidos durante a guerra, o grupo de Mandel contava ainda com Artur Liebehenschel, Hans Aumeier, Maximilian Grabner e Carl Möckel.


Quando amanhecer, você já será um de nós...

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