Medo
Quanto Pesa Uma Alma?
Em uma crença do Egito antigo, o deus da morte, Osíris, colocava o seu coração ou a alma na bandeja de uma balança, e do outro lado uma pena. Se a alma fosse livre de qualquer pecado, seria mais leve que a pena e Osíris saberia que a pessoa estaria apta a entrar no paraíso.
Caso a alma fosse cheia atos ruins, seria mais pesada que a pena e logo a alma seria ofertada para um deus monstruoso que a devoraria. Sendo assim, a ideia que a alma tem peso era puramente conceitual e não física no Egito antigo.
No dia 11 de Março de 1907, leitores do prestigioso jornal americano “The New York Times”, depararam-se com a manchete: “Médico acredita que a alma tem peso”. O doutor Duncan MacDougall, de Haverhill (EUA), conjecturou que, se a alma fosse material teria uma massa.
Para tentar provar que a alma existe e tem peso, o médico americano Duncan MacDougall, de Massachusets, pesou seis pessoas antes e depois de morrerem e constatou que o ponteiro da balança quase sempre caía.
O instrumento de trabalho de MacDougall era como uma enorme balança de dois pratos. De um lado, ficava o paciente em estado terminal, deitado em uma cama. Do outro, o doutor colocava pesos equivalentes.
Para provar a sua hipótese, equipou seis leitos com balanças de boa precisão e ocupou-os com pacientes que estavam à beira da morte. Seguiu-se um período de observação, durante o qual o doutor esperou pela morte de seus pacientes. Cuidadoso, certificou-se de que a perda de peso medida já antes da morte era devida aos fluidos eliminados pelos pacientes pelo suor ou urina; após a sua evaporação, as balanças acusavam uma pequena perda de peso.
A primeira cobaia do doutor foi um homem com tuberculose, que ficou sob observação durante 3 horas e 40 minutos. Nesse tempo, ele perdeu peso aos poucos, em média 28 gramas por hora. E, de repente, o sujeito morreu. Segundo o médico, o prato da balança subiu, registrando a perda dos famosos 21 gramas. “No instante em que a vida parou, o lado oposto caiu tão rápido que foi assustador”, disse o médico ao jornal The New York Times.
Mas o peso registrado nos outros pacientes foi diferente. O segundo teria perdido 46 gramas. O terceiro, 14 gramas e, alguns minutos depois, mais 28. Com outro, o ponteiro da balança desceu e depois subiu de novo. Segundo o médico, a diferença tinha a ver com o temperamento de cada um. “Um dos homens era apático, lento no pensamento e na ação. Nesse caso, acredito que a alma ficou suspensa no corpo, depois da morte, até se dar conta de que estava livre.”
O doutor repetiu o experimento com quinze desafortunados cachorros, não encontrando qualquer diferença no momento da morte. O resultado não o surpreendeu. Pelo contrário, serviu de apoio à sua conclusão. Afinal, cachorros não têm almas.
Quatro anos mais tarde, o doutor MacDougall voltou às manchetes do “The New York Times”. Desta vez, pretendia fotografar a alma usando o recém-descoberto raio-X. Resultados negativos foram atribuídos à agitação da substância animista no momento da morte. De qualquer forma, o doutor afirmou ter visto “a alma de doze pacientes emitir uma luz semelhante àquela vista no éter interestelar”.
Pobre doutor. Provavelmente não sabia que em 1905 um jovem físico alemão de nome Albert Einstein havia demonstrado que o éter não existe.
Duncan MacDougall
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