Puzzle Room, a nova casa brasileira de jogos de escape
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Puzzle Room, a nova casa brasileira de jogos de escape



Sabe aqueles joguinhos bem famosos de computador ou celular onde você começa trancafiado em um quarto e só consegue sair dali se revirar o local de cabeça para baixo em busca de detalhes obscuros? Pois nos últimos anos, eles não só invadiram o mundo real como também viraram febre em vários países. Os chamados escape games, ou jogos de escape, já ultrapassam a marca de duas mil casas no mundo todo, de acordo com um site especializado. No Brasil, por enquanto, quem quiser jogar tem de vir até São Paulo, onde quatro estabelecimentos oferecem a nova opção de entretenimento - o Escape 60, o Escape Room SP, o Fugativa e o recém-inaugurado Puzzle Room, aberto ao público no começo de julho.

Localizado em um sobradinho espaçoso próximo à estação Praça da Árvore do metrô, o Puzzle Room conta com três cenários bem diferentes. A mais paulistana entre as opções são os dois quartos que recriam celas do Carandiru. Por simular uma cadeia, tem tudo a ver com o formato do escape game, mas também não reconstrói uma prisão qualquer. O Carandiru faz parte do imaginário coletivo da cidade, por isso a temática foi uma das primeiras a serem cogitadas. Rodrigo Matrone, o dono do negócio, acredita que em termos de cenografia e realismo, este será o carro-chefe da casa. “É um ambiente pensado para criar repulsa, a ideia é, dentro do possível e do cabível, trazer a realidade da experiência”, conta a equipe da Revista Galileu que esteve no local.

Mas para ele, a cereja do bolo é o Inverso do Universo, um cenário ainda em construção no qual os jogadores entram numa espécie de realidade paralela, onde o mundo virou de ponta-cabeça. A impressão é de estar andando pelo teto da sala, e os enigmas que levam à saída têm de ser decifrados assim, de “cabeça para baixo”. É esse tipo de sacada que, segundo Matrone, diferencia o Puzzle Room das outras três concorrentes brasileiras. “Queremos mostrar que umescape game vai muito além de cadeado e senha, é preciso mexer com alguns elementos,brincar com a imaginação das pessoas”, comenta, destacando o fato de utilizarem tecnologias de ponta como sensores e microprocessadores para escapar da dinâmica de “caça ao tesouro”.

Perito criminal por um dia

Existe também a opção de jogar em outro cenário, o CSI: Investigação Criminal, onde os jogadores em grupo tem 60 minutos para desvendar o assassinato fictício de um espião americano chamado Eduard Snownet, morto na própria residência por algum dos muitos suspeitos que espionava em São Paulo.


“Vários efeitos criam o clima de mistério e tensão, os jogadores são levados às descobertas de um jeito que exige muita atenção e foge à obviedade”, observa Lucas Fagundes, um dos jogadores. Em meio a uma profusão de senhas, caixas lacradas e muitos detalhes que frequentemente não levavam a lugar algum, a história vai se desenrolando e começa a fazer sentido.


“Apesar de já ter jogado o jogo online, a experiência em um quarto de verdade foi totalmente nova e excitante”, comentou Caroline Cobucci, outra jogadora. “Você fica tão focado em juntar os fatos para achar a saída que nem vê o tempo passar.”

Negócio da China

Curiosamente, o movimento que adaptou o escape game do meio virtual para o mundo físico começou na China, há cerca de dez anos. Rodrigo Matrone diz que a modalidade é tão popular por lá que existem até estruturas parecidas com shoppings onde cada loja é uma empresa diferente de jogos de escape, com suas próprias tecnologias e temas originais. Não demorou até que a onda dos escape rooms como nova opção de entretenimento se espalhasse pela Europa e, em seguida, pela América do Norte. “É um mercado novo que explodiu de cinco anos para cá, está bem forte”, afirma o dono do Puzzle Room.

Apesar de funcionar em São Paulo e ter um brasileiro à frente do negócio, a marca é internacional, com três unidades em três países diferentes. A primeira foi aberta no início do ano passado em Praga, capital da República Tcheca, onde operam por volta de 10 empresas do ramo. Matrone havia acabado de se mudar para a cidade com a intenção de ficar junto de sua namorada tcheca - ela e uma sócia estavam com um projeto pronto de jogo de escape. O brasileiro deu uma mãozinha para que a ideia arrancasse e acabou tomando gosto pela coisa. “Quando a gente terminou o projeto, elas começaram a tocar o negócio e eu fiquei com isso na cabeça: é uma proposta interessante, por que não levar para São Paulo?”, conta.

Meses antes de desembarcar temporariamente por aqui em abril para correr atrás da papelada, ele ainda ajudou a montar a segunda filial do Puzzle Room em Zurique, na Suíça. Tendo feito da Europa um verdadeiro laboratório, Matrone começou a elaborar a ideia para a capital paulista no fim do ano passado. Ele afirma que, ao longo do primeiro mês de funcionamento, a casa recebeu por volta de 200 clientes - um número modesto, perto das mais de 10.000 pessoas que já passaram pelas duas unidades europeias. A proposta é disseminar o conceito pelo Brasil através de franquias, que segundo o empreendedor, já estão sendo procuradas. Mas ele afirma que não quer nada "muito carnívoro". “A gente só quer trazer uma opção de entretenimento além dos tradicionais cinemas ou bares, queremos também disseminar cultura e inteligência porque, querendo ou não, você sai de um jogo desses um pouquinho diferente.”

Fonte: Revista Galileu

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