Medo
Possuída Durante uma Projeção
Juliane era uma moça gentil e meiga. Adorava literatura e tinha como autor predileto o escritor brasileiro Paulo Coelho. Era uma jovem bonita com cabelos castanhos, bem aloirados e dentre todas estas qualidades Juliane tinha um pequeno defeito... Era fascinada por assuntos sobrenaturais, sonhava em realizar uma projeção astral.
Ficava encantada com relatos de pessoas que passaram por esta experiência. Era incrível vê-las narrando às coisas que viam do outro lado, imaginava ser incrível a sensação de flutuar. Seu irmão Jean achava tudo aquilo estúpido, aqueles livros malucos que só falavam de morte e coisas após a morte. Achava chato Juliane falar sempre naquilo: -
Se essa sensação vem quando estamos quase mortos, então por que ela não espera até o seu dia chegar? Aí sim, poderia voar o dia todo. Jean não entendia como uma pessoa conseguia ficar tão fascinada com a Morte, já que estavam vivos.
Juliane adorava ler livros espíritas que sempre tratavam o assunto com total seriedade, sempre mostrava o relato de alguém ou o estudo de algum cientista. Em uma de suas pesquisas encontrou um site onde eram divulgadas diversas técnicas, que tornariam possíveis uma real projeção. Ouvia falar dos riscos, mas sempre achou que tudo aquilo não passava de boato ou simplesmente uma lenda urbana.
Encontrou uma técnica bem simples e fácil de ser executada e logo pôs em pratica seu tão sonhado desejo. Nos primeiros dias nunca dava certo, era muito difícil conseguir alcançar o resultado desejado, sempre se desconcentrava e quando fechava os olhos, no lugar de concentrar-se, terminava dormindo. Houve um dia, já bem tarde da noite, que acordou bem relaxada e lembrou-se de uma técnica muito eficaz, mas que ainda não tinha sido usada por ela.
Resolveu experimentar: Relaxou bastante e logo que sentiu que estava entre o sonho e a razão começou a imaginar-se com um corpo bem leve e livre, começou a levantar-se lentamente, sem olhar para trás evitando ao máximo caso seu corpo estivesse logo ali. Fez o teste que pedia a técnica e deu um leve salto, pronto! Estava flutuando, sentia uma leve e tranqüila sensação, era como se tudo estivesse invólucro a uma paz imensa. Flutuou até os quarto de sua mãe, atravessando pela porta mesmo, como via nos filmes, sua mãe estava lá dormindo serenamente, em seguida foi ao quarto do irmão, que roncava como um trator.
Resolveu sair de casa, dar um passeio mais longo, não podia perder esta chance maravilhosa. Na rua a noite era diferente, tudo estava iluminado. Flutuou até a praça próxima de casa e viu crianças brincando, pessoas com roupas antigas andavam livremente pelas ruas. Estava achando aquela experiência incrível, mas logo em seguida sentiu uma sensação terrível, como se algo muito ruim estivesse prestes a ocorrer.
Imaginou-se em casa e imediatamente apareceu em sua sala, flutuou até seu quarto, mas quando estava tentando atravessar a porta sentiu como se alguém segurasse sua perna, virou-se e olhou para trás e viu um corpo como de uma criança exceto por um detalhe: Ele não tinha cabeça. Aquela visão foi o bastante para deixar Juliane desesperada, tentava em vão libertar-se daquela visão maldita, nessas horas como seria bom se tudo aquilo fosse mesmo mentira, o garoto puxava mais forte; a força do menino parecia um empuxo que a sugava em direção a ele. Não sabe quanto tempo isso demorou, mas pareceu uma eternidade e quando finalmente o menino a soltou e ela pôde entrar em seu quarto; e quando ela achava que todo aquele pesadelo havia terminado viu uma cena ainda mais assustadora... Sobre seu corpo havia uma espécie de gato com um rosto fino, ele tinha uma cor meio negra, mas com um aspecto dourado, reluzente... no lugar de suas orelhas havia duas coisas negras e pontiagudas que eram muito semelhantes a chifres.
Aquela criatura sinistra pulou para dentro da boca de Juliane, que logo em seguida levantou-se como se tivesse acordado de um longo sono. Juliane tentava voltar ao seu corpo de todas as maneiras, mas alguma coisa criou uma barreira que a deixava a um metro do seu próprio corpo, tentava, mas não conseguia aproximar-se dele. A
'coisa' que agora estava em seu corpo, tinha os olhos sombrios, e um sorriso sinistro. Ela olhou diretamente para onde se encontrava a verdadeira Juliane e disse:
-Tenha calma... Brevemente irá voltar, apenas quero fazer uma coisinha rápida. Juliane Gritava, batia e tentava aproximar-se, mas não conseguia nem chegar próximo ao seu próprio corpo.
O corpo de Juliane foi até a cozinha e tranqüilamente escolheu uma faca, a maior delas, olhou para faca como que fascinada vendo seus olhos serem refletidos na lamina. Logo em seguida foi ao quarto do irmão de Juliane, Jean, entrou sorrateiramente e sem despertá-lo do seu sono sereno, cravou-lhe a faca no pescoço, Jean ainda arquejou um pouco tentou defender-se mais Juliane segurava firmemente a faca em seu frágil pescoço. A verdadeira Juliane assistia tudo àquilo desesperada, gritando clamando, pedindo que ela não fizesse aquilo.
Logo em seguida o corpo de Juliane voltou à cozinha só dessa vez pegou uma marreta, que estava sob a pia e foi em direção ao quarto de sua mãe, ela dormia serenamente, passou a mão em seus cabelos e quando parecia que por um simples momento aquele espírito maligno iria desistir do seu sádico plano, uma marretada foi desferida bem na testa da mãe de Juliane, fazendo um som rouco, como de um pote de barro cheio de água sendo quebrado, a mãe de Juliane tentou levantar-se, mas foi brutalmente esmagada por diversas marretadas desferidas em seu rosto.
Juliane não sabia mais o que fazer começou a orar, pedir a Deus que tudo aquilo parasse, que não mais ferissem sua mãe. Abriu os olhos e viu que o ser que possuíra seu corpo agora estava lambendo a face desfigurada de sua mãe, como se quisesse provar o sabor daquele ato tão hediondo. Juliane sentiu-se zonza e apagou, depois de um tempo despertou, ainda era noite, olhou para os lados e o quarto ainda estava escuro, tentou levantar-se e ir até o interruptor, mas sentiu como se houvesse algo visto algo em sua cama. Foi até o interruptor e para seu espanto sua cama estava coberta de sangue. Queria que tudo o que havia visto fosse apenas um sonho, mas agora via que não. Tudo era real, ela sem querer havia acabado com a vida das pessoas que mais amava.
Correu para rua desesperada gritando como uma louca, os vizinhos acordaram e a ajudaram, logo em seguida viram o cenário grotesco em sua casa. Chamaram a policia e Juliane deu diversas vezes o mesmo depoimento, mas ninguém jamais acreditou no que ela disse ter ocorrido. Apenas disseram que poderia ter sofrido um acesso de loucura, ou que ela sofria de algum caso raro de sonambulismo.
Hoje ela encontra-se sobre tratamento e mesmo depois de muito tempo ela ainda confirma a mesma história de que era inocente e que seu corpo fora possuído por alguma força maligna.
Fonte: http://www.mrmalas.com/
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