O evento de Tunguska
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O evento de Tunguska



O Evento de Tunguska foi uma explosão ocorrida na Sibéria próxima ao rio Podkamennaya Tunguska em 30 de junho de 1908. A explosão teria atingido uma magnitude entre 5 megatons e 30 megatons. Foi vista uma gigantesca explosão após uma bola de fogo ser vista atravessando o céu. Não foram encontrados vestígios de meteorito ou de explosão nuclear, porém o evento acabou causando uma onda de impacto que devastou toda a região do Lago Baikal (Coordenadas GPS - Latitude / Longitude: 53°23'48.06"N, 108°16'45.01"E), afetando em menor grau todo o norte da Europa.


Apesar da explosão ter ocorrido em 1908, o local só foi visitado, em 1927 por uma expedição liderada por Leonid Kulik. Mas foi apenas em 1930 que estudos mais avançados começaram a ser realizados.

O que os cientistas encontraram, deixou eles chocados. Não tinha nenhuma cratera decorrente de um impacto. Cerca de 80 milhões de árvores foram derrubadas no evento. Na distância de um raio de 5 a 16 quilômetros as árvores estavam derrubadas para a direção oposta a direção da explosão.

Explicação da ciência

Para os cientistas a explosão teria sido causada por um meteoro ou um cometa, porém o mesmo não teria chegado a atingir o solo, sendo que a explosão e os danos foram causados pela onda de impacto e calor gerado na desintegração do mesmo na atmosfera. O evento gera discussões no meio científico mesmo nos dias de hoje.


Em 1930, o astrônomo F. J. W. Whipple sugeriu que o impacto teria sido com um pequeno cometa, um objeto composto primariamente de poeira e gelo, que teria sido completamente vaporizado na atmosfera, não deixando traços óbvios. Essa hipótese recebeu suporte a partir da observação de brilhos noturnos no céu da Europa por muitas noites após o evento, que poderiam ser explicados pela luz do sol refletida no gelo e poeira dispersada pela cauda do cometa na alta atmosfera.

Em 1978, o astrônomo Lubor Kresák sugeriu que o corpo fosse um fragmento do cometa Encke, responsável pela chuva de meteoros anual conhecida como beta taurídeos. O evento coincidiu com um pico de atividade dessa chuva de meteoros e a trajetória estimada para o objeto que causou a explosão de Tunguska é consistente com o que seria esperado de um fragmento desse cometa. Sabe-se que objetos dessa natureza explodem com frequência na alta atmosfera. Tais explosões são observadas por satélites militares há décadas.

Em 1983, o astrônomo Zdeněk Sekanina publicou artigos criticando a hipótese cometária. Ele apontou que um corpo composto de material cometário seguindo a trajetória observada teria sido desintegrado em grandes altitudes, enquanto é sabido que o objeto de Tunguska atingiu a baixa atmosfera antes de desintegrar. Sekanina argumentou que as evidências conhecidas apontavam para um objeto denso, feito de rocha, provavelmente um fragmento de asteroide. Essa hipótese foi ainda suportada em 2001, quando Farinella, Foschini, et al. divulgaram seu estudo sugerindo que a trajetória do objeto é consistente com uma origem no cinturão de asteroides.

Proponentes da teoria cometária sugeriram que o objeto poderia ser um cometa extinto com um manto rochoso que o teria protegido até atingir a baixa atmosfera.

A principal dificuldade com a hipótese do asteroide é que um objeto rochoso teria produzido uma grande cratera num impacto tão energético, e nenhuma cratera foi encontrada. Hipóteses foram feitas, e posteriormente corroboradas por modelos de Christopher Chyba e outros pesquisadores, de que é possível que a passagem do asteroide pela atmosfera teria provocado pressões e temperaturas tão altas que ele tenha sido completamente desintegrado, a energia do impacto toda liberada na atmosfera e o material espalhado na alta atmosfera explicaria os brilhos noturnos observados na Europa.

Durante os anos 1990, pesquisadores italianos extraíram resina das árvores coletadas na área do impacto e encontraram altas taxas de materiais comumente encontrados em asteroides e raramente encontrados em cometas.

Teorias Alternativas

Já são várias décadas que o evento aconteceu, e a ciência até hoje ainda não conseguiu chegar a uma explicação definitiva para o ocorrido. Esses fatores acabaram ajudando na criação de inúmeras teorias alternativas, vejamos algumas:

Choque com antimatéria

Em 1941, Lincoln LaPaz, e depois em 1965, Cowan, Atluri e Libby sugeriram que o evento de Tunguska poderia ser causado pela aniquilação de um pedaço de antimatéria provindo do espaço. Entretanto, isso não explicaria os resíduos minerais encontrados por expedições ao local. Além disso não há evidência astronômica para existência de pedaços grandes de antimatéria em nossa região do universo.


Choque com um mini buraco negro

Em 1973, Albert A. Jackson e Michael P. Ryan, físicos da Universidade do Texas, propuseram que o evento de Tunguska tivesse sido causado por um pequeno buraco negro de cerca de 1 tonelada atravessando a Terra. A falha dessa hipótese está na ausência de uma explosão de saída - uma segunda explosão do outro lado da Terra provocada pela saída do mini buraco negro. Também não há evidências de perturbações sísmicas que a passagem desse objeto teria provocado no manto. Além disso, apesar de teóricamente possíveis, mini buracos-negros nunca foram observados.

Raio da Morte de Tesla

Oliver Nichelson sugeriu que a explosão poderia ter sido resultado de um experimento de Nikola Tesla na Wardenclyffe Tower, realizado durante a expedição de Robert Peary ao polo norte, denominado o "Raio da Morte". Não existe, no entanto, nenhuma evidência de que Tesla tenha produzido uma arma capaz de produzir a devastação observada.

Encontro com nave Extra-terrestres

Yuri Labvin defende a teoria de que uma nave espacial teria colidido com um meteoro em rota de colisão com a Terra no ano de 1908, causando a explosão que teria provocado a devastação em Tunguska. Lavbin alega que há supostas impressões em pedras de quartzo que não podem ser feitas com a nossa tecnologia.

Outras hipóteses como uma fissão nuclear espontânea e um processo geofísico também foram levantadas. Entretanto as teorias alternativas não encontram nenhum suporte em evidências empíricas. A virtual totalidade dos especialistas atestam uma colisão com um meteoro ou corpo de origem cometária.


Fontes: Wikipédia e Veja

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