Medo
John Wayne Gacy: O palhaço assassino
Ainda que a primeira vista John Wayne Gacy se mostrasse uma pessoa cordial e educada, em seu interior se escondia uma alma impiedosa capaz de cometer os crimes mais atrozes e inimagináveis, comportamento esse muito comum a diversos assassinos em série que já foram abordados nas páginas do blog Noite Sinistra. Os psicólogos apontaram como possível causa de seu transtorno uma artéria cerebral estourada produto de um tombo de cabeça no jardim de sua casa.
Infância
John nasceu em Chicago no ano de 1942, teve um infância traumática. Ele era espancado e ofendido verbalmente pelo seu pai alcoólatra. Na sua juventude foi preso por ter relações sexuais com um jovem dentro de um banheiro publico.
Apesar de uma infância difícil e de uma adolescência igualmente conturbada, John Wayne Gacy formou-se em Administração e tornou-se vendedor de sapatos. Casou-se com uma colega de trabalho cujo pai possuía um restaurante de frangos fritos, em outro estado, e logo John passou a gerenciar tal estabelecimento, com desenvoltura.
Modus Operandi
Seu "modus operandi" seguia alguns parâmetros muito claros. John costumava dirigir seu carro pelos arredores da cidade em busca de jovens pedindo carona, garotos solitários ou homossexuais que se prostituíam. Seguidamente se oferecia para levá-los para alguma zona de bares próxima. Uma vez dentro do carro atacava-os com clorofórmio ou apontava uma pistola e levava-os para sua casa para sodomizá-los e agredi-los sexualmente.
Quando o corpo da vítima já não mais respondia enterrava no jardim de sua casa que, depois de 23 cadáveres ficou pequeno. A partir daí começou a atirar os corpos das vítimas no rio.
Primeiro assassinato
Sua primeira vítima foi um adolescente de 15 anos chamado Timothy Jack McCoy, que Gacy conhecera em um terminal de ônibus da cidade. McCoy estava em uma viagem de Michigan a Omaha, quando Gacy o levou para um tour por Chicago. À tarde, Gacy o levou para sua casa, sob a promessa de que McCoy poderia passar a noite, e seria levado ao terminal de ônibus a tempo para sua próxima viagem. Gacy alegou que ao acordar na manhã seguinte, se deparou com McCoy parado na porta de seu quarto com uma faca de cozinha em sua mão. Gacy pulou de sua cama e McCoy levantou os braços em um gesto de rendição e acidentalmente fez um corte no antebraço de Gacy (Havia uma cicatriz em seu braço, provando sua alegação). Gacy segurou o pulso de McCoy, e bateu com sua cabeça na parede do quarto, chutou-o contra o closet e foi novamente em sua direção. McCoy então chutou-o na barriga, Gacy o segurou, jogou-o no chão e o esfaqueou repetidas vezes. Gacy alegou que foi até a cozinha e viu uma caixa de ovos aberta, além de bacon ainda não fatiado. McCoy também havia posto a mesa para dois; McCoy foi para o quarto de Gacy, acordá-lo e distraidamente levou a faca de cozinha consigo. Gacy então enterrou-o em seu porão, e mais tarde cobriu seu túmulo com concreto.
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Timothy Jack McCoy |
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15 das 33 vítimas do palhaço Assassino |
Um sobrevivente
Em 22 de maio o homem que conquistou o cargo de vereador (também postulado por John), Jeffrey Rignall, saiu para tomar uns drinques. Um carro cortou-lhe o caminho e se ofereceu para levar-lhe até a região dos bares.
Rignall aceitou o convite sem suspeitar o que aconteceria em seguida. John Wayne Gacy atacou-lhe com clorofórmio, a próxima imagem que Rignall viu, foi John nu em sua frente exibindo uma impressionante coleção de objetos de tortura sexual. Rignall passou toda a noite aprendendo na própria carne a dolorosa teoria que seu sequestrador ia explicando-lhe em pormenores.
À manhã seguinte, o jovem torturado e traumatizado apareceu cheio de feridas e com o fígado destroçado pelo clorofórmio diante da estátua de Lincoln Park em Chicago. Teve a sorte de ainda estar vivo. Em apenas seis anos, 33 jovens como ele viveram a mesma experiência.
O surpreendente de tudo isto, é que uma vez cumprido seu ritual, John enterrava os corpos no mesmo jardim de sua casa onde organizava as festas mais conhecidas do bairro. Numa ocasião chegaram a festejar ali mais de trezentas pessoas.
As pessoas saiam de sua casa comentando duas coisas: como era agradável aquele homem e o mau cheiro que exalava de seu jardim. Sua segunda esposa estava convencida de que embaixo dos encanamentos de sua casa tinha um ninho de ratos mortos. Ele assegurava que o cheiro era de uma rede de esgoto próxima dali.
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Jeffrey Rignall |
Captura
Em dezembro de 1978, a mãe de um jovem de 15 anos, Robert Piest, começou a impacientar-se ao ver que ele não regressava do trabalho. O garoto ganhava um dinheiro como ajudante numa farmácia e tinha uma entrevista de emprego com John Wayne Gacy naquele dia.
O desaparecimento foi comunicado urgentemente à polícia, que intimou Gacy, que se apresentou às autoridades e negou qualquer relação com o garoto.
Depois de uma árdua luta burocrática, a polícia conseguiu uma ordem de busca e uma vez que entraram na casa de Gacy, lá encontraram o mais completo arsenal de instrumentos de tortura jamais visto. Não precisou muito para que Gacy confessasse e entregasse à polícia um completo mapa onde jaziam 23 dos 33 cadáveres.
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Foto de Robert Piest |
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Ferramentas usadas por Gacy para torturar as vítimas |
Análise psicológica
Psicopata nato, Gacy nunca assumiu a culpa de nenhum dos assassinatos que cometeu. Segundo ele, o único crime que cometera era a de não ter licença para ter um “cemitério em casa.” Gacy seria "dono" de 4 personalidades:
John, O Empreiteiro; John, O Palhaço; John, O Político e John, O Assassino. Psiquiatras que o examinaram o descreveram como:
Pseudoneurótico esquizofrênico paranóico. Sociopata Personalidade fronteiriça Narcisista Mentiroso patológico.
Julgamento
Em 6 de fevereiro de 1980 começou em Chicago o julgamento do Palhaço Assassino. O julgamento como de praxe foi uma queda de braços entre defesa, que logicamente defendia a insanidade de Gacy e a promotoria que alegava que Gacy tinha completa noção do certo e do errado. Psiquiatras contratados pela defesa alegaram que Gacy era esquizofrênico e sofria de múltiplas personalidades e que isso o impedia de perceber o que estava fazendo. Já para os psiquiatras da promotoria, Gacy sabia muito bem diferenciar o certo do errado. Se Gacy fosse declarado insano pelo júri, seria internado em um hospital psiquiátrico e tratado, podendo ser solto caso se curasse de suas doenças mentais. Se fosse declarado são, poderia pegar a pena de morte. O promotor Bob Egan e o advogado de defesa Robert Motta discutiam constantemente sobre o real estado mental de Gacy durante os crimes. A primeira testemunha chamada pela promotoria foi Marko Butkovich, pai de John Butkovich. A maioria das pessoas que testemunharam contra Gacy foram os familiares e amigos das vítimas. Empregados de Gacy também depuseram no julgamento. Em seus depoimentos eles enfatizaram as constantes mudanças de humor do patrão e suas inconvenientes brincadeiras.
Em 24 de fevereiro, começou os procedimentos da defesa de Gacy, e para surpresa de todos, Jeffrey Ringal, uma de suas vítimas que conseguiu sobreviver, foi a primeira testemunha chamada pela defesa. A estratégia dos advogados de Gacy com Ringall era reforçar a tese de que Gacy não possuía o controle de suas ações. Um dos advogados de Gacy perguntou a Ringall se ele achava que Gacy tinha o controle de suas ações, Ringall respondeu que não. Porém o tiro saiu pela culatra, ao contar os detalhes sórdidos do ataque de Gacy, Ringall estressou-se de tal maneira que vomitou na corte e chorou histericamente. Gacy olhava sem sinal algum de remorso. Em um esforço para provar que Gacy era insano, os advogados chamaram amigos e familiares para depor. A mãe de Gacy disse que ele sofreu vários abusos de seu pai. Sua irmã disse que o pai era alcoólatra e batia em Gacy com uma cinta. Outras testemunhas enfatizaram a generosidade de Gacy, aquele que ajudava a todos com um “sorriso no rosto”. Psiquiatras levados pela defesa disseram que Gacy sofria do transtorno de borderline e esquizofrenia, tinha múltiplas personalidades e comportamento anti-social. Afirmaram que o seu transtorno mental o impedia de compreender a magnitude dos seus atos. Depois de 5 semanas e do depoimento de mais de 100 pessoas, o júri retirou-se para tomar a decisão. 2 horas depois o veredicto:
O júri decidiu que John Wayne Gacy Jr., 37 anos, era culpado pela morte de 33 rapazes e tinha completa consciência dos seus atos. Ele foi condenado a 21 prisões perpétuas e a 12 penas de morte.
Vida na Prisão
Durante os anos que esteve na prisão se dedicou à pintura cujos quadros chegaram a ter um valor de mais de 300 mil dólares. Ademais concedeu diversas entrevistas nas qual chamava sua vítimas de "viadões" e escória da humanidade.
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Uma das pinturas de Gacy |
Em nove de maio de 1994 depois de ter ingerido camarão, frango, batatas e morangos foi executado com uma injeção letal. Suas últimas palavras foram:
- "Beijem meu cu! Nunca saberão onde estão enterrados os demais".
Algumas das pinturas de John Wayne Gacy
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Quadro "Lou Jacobs" |
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Quadro "Caveira Sexy" |
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Quadro "Auto Retrato" |
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Quadro em que Gacy retrata outro célebre assassino em série americano: Ed Gein |
Curiosidades:
- A cela onde esteve Gacy ficou preso foi usada recentemente para rodar a aclamada série Prison Break.
- Jonathan Davis, vocalista da banda Korn, comprou o traje de palhaço de Gacy.
- O ex-tecladista da banda de Marilyn Manson usou parte do nome de John para sua "nova identidade": Madonna Wayne Gacy.
Lista de nomes das vítimas identificadas:
* Timothy McCoy (15 anos) Janeiro 3, 1972
* John Butkovitch (17 anos) Julho 29, 1975
* Darrell Sampson (18 anos) Abril 6, 1976
* Randall Reffett (15) Maio 14, 1976
* Samuel Stapleton (14 anos) Maio 14, 1976
* Michael Bonnin (17 anos) Junho 3, 1976
* William Carroll (16 anos) Junho 13, 1976
* Rick Johnston (17 anos) Agosto 6, 1976
* Kenneth Parker (16 anos) Outubro 25, 1976
* Michael Marino (14 anos) Outubro 25, 1976
* Gregory Godzik (17 anos) Dezembro 12, 1976
* John Szyc (19 anos) Janeiro 20, 1977
* Jon Prestidge (20 anos) Março 15, 1977
* Matthew Bowman (19 anos) Julho 5, 1977
* Robert Gilroy (18 anos) Setembro 15, 1977
* John Mowery (19 anos) Setembro 25, 1977
* Russell Nelson (21 anos) Outubro 17, 1977
* Robert Winch (16 anos) Novembro 10, 1977
* Tommy Boling (20 anos) Novembro 18, 1977
* David Talsma (19 anos) Dezembro 9, 1977
* William Kindred (19 anos) Fevereiro 16, 1978
* Timothy O' Rourke (20 anos) Junho 16–23, 1978
* Frank Landingin (19 anos) Novembro 4, 1978
* James Mazzara (21 anos) Novembro 24, 1978
* Robert Piest (15 anos) Dezembro 11, 1978
Confira mais algumas imagens abaixo:
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Foto do período em que a polícia faz escavações no terreno de Gacy |
Fontes: Mundo Assustado, Metamorfose Digital. Imagens do blog: O Aprendiz Verde.
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