Ed Gein: O Monstro de Plainfield
Medo

Ed Gein: O Monstro de Plainfield



Saudações galera atormentada, hoje voltaremos a falar de um criminoso cruel. Falaremos de um assassino, cujos crime marcaram os Estados Unidos, tanto que ele serviu diversas vezes como inspiração para o cinema, o que acabou contribuindo para que ele ficasse conhecido no mundo inteiro, tornando-se um ícone da cultura pop. Hoje falaremos de Edward Theodore Gein (1906-1984), ou simplesmente Ed Gein.

Nasce um monstro

Edward Theodore Gein nasceu em 27 de agosto de 1906, em La Crosse, Wisconsin. Filho de Augusta e George Gein, Eddie era o segundo de dois filhos, o primeiro foi Henry, nascido sete anos antes de Eddie.

Augusta era uma fanática religiosa e estava determinada a doutrinar os filhos custe o que custar, fazendo-os viver sob um rígido código de conduta moral. As pregações da bíblia eram ministradas por Augusta diariamente, em seções onde ela alertava os meninos a respeito dos pecadores do mundo e do destino reservado a esse tipo de gente. As crianças eram desestimuladas a se aproximar de mulheres, pois, segundo ela, a maioria das mulheres eram o berço da imoralidade e um atalho para o inferno. As crianças cresceram ouvindo relatos de como o sexo poderia levar suas almas para o inferno.

O pai dos garotos, George, era uma alcoólatra crônico e não tinha nenhuma influência na criação dos meninos. O mesmo era muitas vezes desprezado e humilhado pelas pregações morais da esposa, que afirmava que ele não teria valor algum como provedor e como imagem paterna adequada para Henry e Eddie.

Augusta era dominadora, difícil e acreditava que seu ponto de vista era absolutamente verdadeiro. Ela tomou para si a responsabilidade de cuidar dos filhos da maneira que quisesse e também de promover o sustento da família. Eddie tinha um imenso medo de ficar igual ao pai.

Augusta tinha aberto uma mercearia em La Crosse, no ano em que Eddie nasceu. O negócio rendeu bons frutos e a família pode juntar um bom dinheiro e viver de forma confortável. O dinheiro do trabalho duro fez com que Augusta realizasse seu maior plano: mudar toda a família para uma área mais rural, protegendo, assim, seus filhos das imoralidades pecaminosas da cidade grande. Em 1914, os Geins se mudaram para Plainfield, Wisconsin para uma fazenda de aproximadamente 40 hectares de terra. Os vizinhos mais próximos estavam a quase um quilômetro de distância, assim, Augusta acreditava poder impedir os filhos de ter contato com os “pecadores”.


A escola era vista como um grande problema para os planos da desequilibrada Augusta, afinal na escola seus filhos teriam contato com outras crianças, e assim poderiam acabar sendo tocadas pelo mal e pelo pecado. Eddie tinha um desempenho escolar razoável, sendo um leitor hábil. Seus livros favoritos eram os de fantasia.

Ed Gein não se dava muito bem com os colegas de classe, pois era tido como estranho, além de ser afeminado. Eddie ficava triste com o fato de sua mãe proibir que ele tivesse amizades, porém nunca sentiu raiva dela, ao contrário, via isso como uma forma de carinho. No entanto, Augusta raras vezes tratava os meninos com carinho. Muitas vezes os agredia verbalmente, com medo de eles seguirem o mesmo caminho do pai e se tornassem alcoólatras. Durante a infância e a adolescência, os dois irmãos só tinham a companhia um do outro.

Em 1940, George Gein falece. Henry e Eddie decidiram fazer biscates para ajudar financeiramente em casa. Henry era um ótimo trabalhador braçal e um sujeito de caráter, alguém que Eddie sempre quis imitar. Os dois eram considerados bons rapazes e muito confiáveis. Eddie tinha como trabalho favorito o de cuidar de crianças. Ele as achava adoráveis e fáceis de conversar e se relacionar amigavelmente. Muitos vizinhos deixaram seus filhos aos cuidados de Eddie.

A estranha morte de Henry

Henry começava a se preocupar com a apego que Eddie tinha pela mãe. Ele acreditava que o carinho que o irmão mais novo demonstrava pela mãe estava se tornando algo doentio. Ele passou a criticar o fanatismo religioso da mãe, o que acabou chateando Eddie.

Ed por sua vez seguia a risca as determinações de Augusta, o que gerava muitas brincadeiras por parte de Henry que caçoava do irmão chamando-o de "filhinho da mamãe". Essas zombarias e as criticas de Henry a Augusta e suas convicções religiosas, acabou fazendo com que Ed passasse a desenvolver um ódio crescente pelo irmão.

Em 16 de maio de 1944, Eddie e Henry lutavam desesperadamente contra um incêndio que queimava próximo demais a fazenda. Os dois decidiram que a melhor maneira de controlar o fogo era cada um apagar uma parte. Eles seguiram para direções diferentes. Em meio ao fogo e a noite que caía, Eddie perdeu seu irmão de vista. Ele não se preocupou com isso, pois sabia que seu irmão estava ajudando a controlar o fogo do outro lado. Porém, tudo mudou depois que o fogo foi extinguido e Henry não apareceu. Eddie decidiu chamar a polícia.

A polícia organizou um grupo de busca para localizar Henry, porém algo estranho aconteceu: Eddie, que faria parte do grupo de buscas, e ajudaria os oficiais a percorrer o local que ele tão bem conhecia, acabou levando os policiais diretamente até o corpo de Henry. Era como se Eddie soubesse a exata localização do corpo.

Henry estava caído em um pedaço de terra, onde o fogo havia queimado o mato. Ele tinha diversas escoriações e hematomas na cabeça. Mas tarde, legistas determinaram a causa da morte: asfixia.

A morte da mãe de Ed Gein

Agora só restava Eddie e sua amada mãe, mas ele não a teria por muito tempo. Augusta sofreu uma série de derrames cerebrais e faleceu em 29 de dezembro de 1945. A morte da mãe foi um duro golpe para Eddie, afinal ela era a única família que lhe restava.

Eddie permaneceu morando em sua fazenda, levando uma vida solitária. Dependia de pequenos biscates para se manter. Ele manteve o quarto de sua mãe intacto e sempre o limpava e arrumava. Ele passou a dormir em uma salinha, próxima a cozinha. A partir daí, o lixo começou a se acumular pela casa, mas Eddie não ligava, contudo se o quarto de Augusta estivesse arrumado. O local era como um templo sagrado para o solitário Ed.


Foi por esse período que Eddie Gein passou a reservar suas horas ao hábito de ler. Assuntos macabros passaram a interessá-lo cada vez mais. Em sua casa, havia vasta coleção de revista e livros sobre o holocausto, livros sobre os hábitos de caçadores de cabeças de certas tribos. Também haviam revistas pornográficas, livros e enciclopédias de anatomia e histórias de horror e naufrágios.

Estranhos desaparecimentos

Do final da década de 40 até o inicio da década de 50, a polícia de Wisconsin começou a estranhar os misteriosos desaparecimentos de pessoas. Houve quatro casos que deixaram os policiais perplexos.

Desaparecimento de Georgia Weckler

A primeira a desaparecer foi uma ameninas de 8 anos de idade chamada Georgia Weckler. Ela desapareceu enquanto voltava da escola em 1º de maio de 1947. Moradores formaram mutirões, com a ajuda de policias, vasculhando a extensão de 10 quilômetros em Jefferson, Wisconsin, na esperança de encontrar e menina. Infelizmente, Geórgia nunca mais foi vista. Não haviam suspeitos, apenas uma pista: marcas dos pneus de um carro, possivelmente da marca Ford. O caso foi arquivado como sem solução.



Desaparecimento de Evelyn Hartley

Evelyn Hartley, 15 anos, trabalhava como babá, quando desapareceu misteriosamente em La Crosse. Seu pai tentou ligar por várias vezes para a casa onde ela trabalhava, porém ninguém atendia ao telefone. Ele seguiu imediatamente até a casa. Bateu na porta várias vezes, mas não houve resposta. Ao olhar por uma janela, ele pode ver os óculos e o par de sapatos da filha abandonados. Desesperado, tentou abrir a porta, mas ela estava trancada. Tentou as janelas, mas elas também estavam trancadas. A única janela aberta era a do porão. Nela havia manchas de sangue secas e, lá dentro, sinais de uma intensa luta. Ele imediatamente chamou a policia. Os policiais conseguiram entrara na casa. Encontraram mais sinais de luta. Havia uma marca de arrastamento no gramado e uma marca de mão com sangue na casa de uma vizinha. Uma pesquisa pela região foi feita, porém Evelyn nunca mais foi vista. Dias depois, policiais encontraram roupas ensanguentadas pertencente a Evelyn.


Desaparecimento de Victor Travis e Ray Burgesse

Em novembro de 1952, Victor Travis e Ray Burgesse pararam para tomar uma bebida em um bar em Plainfield, antes de saírem para caçar veados. Eles ficaram horas no bar, depois seguiram de automóvel para nunca mais serem vistos. Uma pesquisa em massa foi feita, mas não se encontrou nenhum vestígios dos dois.

Desaparecimento de Mary Hogan

No inverno de 1954, um cliente encontrou a taverna que costumava frequentar vazia. Ele notificou a policia o desaparecimento da taberneira, Mary Hogan. No local havia uma grande poça de sangue no chão e um cartucho de calibre 32 caído ali perto. As manchas eram de arrastamento, levando até a porta dos fundos, até marcas de pneus de, provavelmente, uma caminhonete.


Apesar das conclusões, de que a vítima teria sido baleada ali e arrastada até um carro, de onde foi levada embora, nenhuma pista foi encontrada. Ninguém percebeu na época, mas, fisicamente, Hogan parecia com Augusta Gein. Não passava pela cabeça de ninguém que Ed Gein fosse um assassino. Ele era tido como um homem inofensivo. Seria impensável ligá-lo ao crime. A única ligação entre esse caso e os outros desaparecimentos era que todos ocorreram próximos a Plainfield.

Taverna de Mary

Um crime que apavorou Plainfield

Em 17 de novembro de 1957, a polícia de Plainfield, no Wisconsin, investiga o misterioso desaparecimento de Bernice Worden, 59 anos. As investigações preliminares deram a polícia um suspeito principal, Edward Gein. Ed Gein havia sido o último cliente da loja de ferragens onde Bernice trabalhava, sendo que o suspeito havia sido visto pelos arredores no dia que coincide com o desaparecimento de Bernice.

Loja de Ferragens Worden
Bernice havia desaparecido na noite do dia 16, um Sábado. Frank Worden, filho da vítima, era o xerife substituto da cidade, acabou encontrando a casa onde ele vivia com a mãe vazia, após retornar de uma caçada. Ao olhar a loja de ferragens, ele acabou observando que a caixa registradora havia sido levada e que haviam poças de sangue com marcas de pegadas no chão.


A experiência policial de Frank já fazia com que ele imaginasse o pior, mas deixando as emoções de lado ele acabou conduzindo uma rápida investigação no local, assim talvez ele conseguisse alguma informação que o levasse rapidamente até sua desaparecida mãe. Ao verificar as notas de venda do dia, Frank se deparou com a nota de venda de um galão de anticongelante. A letra coincidia com a de sua mãe, e a pessoa que havia efetuado a compra era Edward Theodore Gein.

Ed Gein era visto pela comunidade local como um sujeito solitário. Seu comportamento era um tanto tímido, e de certo modo infantil. Ed era visto como um esquisito pelas pessoas da região. A nota de venda e a forma estranha de agir contribuíram para que Frank logo ligasse o desaparecimento da mãe ao estranho Gein, mas algo mais contribuiu para essa teoria ganhar força, dias antes Frank havia conversado rapidamente com Gein, e havia contado a ele seus planos de sair para caçar naquele dia.

Frank saiu apressado, conversou com um atendente de uma garagem local. O rapaz disse ter visto uma caminhonete indo embora da loja as 9h da manhã daquele dia. Frank chamou o xerife Schley, para quem relatou suas suspeitas e preocupações. Os dois resolveram ir até a fazenda de Gein, nem que fosse somente para ver sua rotina.


Chegando a fazenda do suspeito a dupla de policiais constatou que o local aparentava estar abandonado. Parecia impossível que naquele local vivesse alguém. Eles desceram da viatura e passaram a procurar Ed Gein, que aparentemente não estava em casa. Não satisfeitos xerife Scheley e seu parceiro Frank, passaram a procurar Eddie pelos arredores, e acabaram por encontra-lo em uma quitanda, onde Ed jantava com os proprietários do local.

Sem fazer muito alarde, o xerife pediu a Eddie que o mesmo o acompanhasse até a viatura, pois ele precisava fazer umas importantes perguntas a ele. Até o momento a dupla de tiras não havia contado nada a ninguém sobre o desaparecimento de Bernice Worden, até porque os dois não tinham nada de concreto sobre o caso, eles procuravam Ed para tentar descobrir alguma pista sobre o paradeiro da vítima, mas a resposta de Gein ao chamado do xerife indicou que eles tinham chegado ao homem certo, e que o pior havia acontecido.

Ed Gein se recusou a acompanhar o xerife e seu parceiro até a viatura policial, e afirmou que: Ninguém teria provas para incriminá-lo do assassinato de Bernice Worden. Essa declaração serviu como uma confissão, afinal nem mesmo os dois oficiais da lei sabiam o que de fato havia acontecido com Bernice, mas Gein parecia saber de coisas importantes. Os xerifes acabaram por prender Gein.

Schley e Frank conduziram Gein até sua residência, para fazer uma revista no local. Ele nem imaginavam o cenário horrível que encontrariam e a quantidade de evidências bizarras contra Ed. Dentro da casa havia uma grande quantidade de lixo em decomposição. O cheiro era insuportável. Arthur Schley seguiu para a cozinha, onde sentiu algo encostando em sua jaqueta. Como estava escuro, Schley pensou tratar-se de uma carcaça de veado, pendurada em um gancho de carne. Pouco depois Schley percebeu que a carcaça não era de veado, mas sim um cadáver humano. Mais especificamente, o cadáver de Bernice.




O corpo estava pendurado em um gancho de carne pelo pés. Bernice havia sido decapitada, tendo seu ventre e tórax abertos, em um longo corte vertical, suas vísceras retiradas e foram encontrados, junto com a cabeça, em uma caixa. Seu coração estava em um prato, sobre a mesa de jantar, além de outras partes que, juntas, eram cozidas em uma grande panela no fogão. A casa estava escura, os policiais precisaram fazer uso de lanternas.



O estranho hábito de Gein

Após ser preso Eddie confessou a policia que através dos obituários ele tomava conhecimento das mulheres que acabaram de falecer nos arredores. Ele, que nunca teve contato com uma mulher na vida, decidiu desfrutar da companhia do sexo oposto. Para tal, iniciou visitas noturnas a cemitérios, exumando cadáveres. Eddie jurou que nunca fizera sexo com o cadáver, pois eles cheiravam muito mal. Seu gosto maior era pela pele delas. Escalpelar-las e confeccionar roupas com a pele se tornou um prazer para ele. Eddie estava curioso e ansioso em saber como era ter seios e vagina e, muitas vezes, sonhava em ser mulher. Ele era fascinado pelo domínio e superioridade que as mulheres tinham sobre os homens.


Eddie adquiriu uma macabra coleção de partes de corpos. Certa vez, um rapaz do qual Eddie tinha tomado conta por algumas ocasiões o visitou em sua fazenda. Eddie o mostrou sua coleção de cabeças encolhida, afirmando que elas eram relíquias de tribos dos Mares do Sul, feitas por headhunters.

Quando o menino relatou o fato às pessoas próximas a ele, todos acharam que a história era fruto da imaginação do garoto. Porém, mais tarde, outros dois jovens também viram as cabeças encolhidas na casa de Eddie, isso justificou a história do menino, mas todos achavam se tratar de enfeites de halloween. Rumores começaram a circular por toda cidade sobre as estranhas manias e costumes que Eddie possuía.

Tais rumores e a forma estranha com que Eddie se comportava nas vezes em que ele visitava a cidade, acabaram criando certa estranheza nas pessoas. Ed era visto como um sujeito esquisito e bizarro, mas as pessoas não o temiam.

No entanto, ninguém tratou do assunto com seriedade até o desaparecimento e assassinato de Bernice Worden. Eddie foi muitas vezes perguntado sobre as tas cabeças. Ele apenas sorria de jeito tímido ou fazia referência de tê-las em seu quarto. Talvez as pessoas não quisessem acreditar na verdade, pois Não parecia que Eddie Gein fosse capaz de matar alguém ou manter itens bizarros em sua casa.



As investigações

Após a descoberta do corpo de Bernice, das declarações de Gein a respeito de suas visitas a cemitérios e dos restos mortais de outras mulheres que foram desenterradas, a policia começou uma intensa busca por corpos na fazenda de Gein. Eles acreditavam que Gein poderia está envolvidos em outros assassinatos e que as vítimas estariam enterradas no quintal. Enquanto as buscas por mais corpos eram realizadas na casa de Eddie, Gein dava seus depoimentos na cadeia de Wautoma, Wiconsin. A principio, Eddie afirmou não ter culpa em nenhum dos assassinatos. Após um dia de silêncio, acabou confessando e detalhando como ele assassinou a senhora Worden e onde havia conseguido as partes de cadáveres que estavam em sua casa. Gein alegou que não se lembrava muito dos detalhes, pois sua cabeça estava em confusão antes, durante e depois dos assassinatos. Porém, ele lembrou de como arrastou o corpo de Bernice até a caminhonete, levando também a gaveta da caixa registradora, no entanto, ele não se lembrava de ter atirado na cabeça de Bernice. A necropsia demonstrou que a causa da morte foi ferimento a bala na cabeça, mais especificamente de uma bala calibre 32.


Quando perguntado sobre as outras partes cadavéricas encontradas em sua casa, Eddie disse que eram frutos de exumações noturnas, realizadas por ele e seu amigo, Gus, que no momento estava internado em um asilo. Eddie nunca revelou a Gus quais eram suas verdadeiras intenções com os cadáveres, pelo contrário, afirmava tratar-se de experimentos médicos. Eddie afirmava nunca ter assassinado ninguém, somente a senhora Worden.


Após alguns dias de interrogatório, Ed Gein admitiu ter assassinado Mary Hogan. Novamente ele alegou ter uma confusão mental e não se recordava direito como foi. Só se lembrava de ter atirado na Senhora Hogan. Eddie Gein não demonstrava sinais de arrependimento ou remorso. Algumas vezes, enquanto falava de seus crimes, até ria. De certo modo, Ed não enxergava a gravidade de seus crimes.

O assassinato de Mary Hogan

Era 8 de dezembro de 1954, Eddie Gein entrou na taverna Hogan, após esperar que Mary Hpogan ficasse sozinha para por seus planos em prática. Ed rapidamente atirou em Hogan com uma arma calibre 32 e arrastou o cadáver para a caminhonete.

Gein destrinchou o cadáver. Guardou a pele para confeccionar sua próxima vestimenta. Suas “roupas” de pele humana afloravam sua feminilidade. Recortou a genitália de Mary e guardou em uma caixa de sapatos. Guardou também alguns ossos, pois pretendia renovar os pés de mesas e cadeiras. Usaria parte da pele para renovar o assento de um sofá e de algumas cadeiras. Apanhou alguns “miúdos” e foi preparar o “jantar”.

As visitas ao cemitério

Gein tinha prazer em ler jornais, principalmente a seção de obituários. Era necessário saber qual foi a última morte de uma mulher na cidade, e um cadáver ainda fresco seria escolhido. Gein acreditava que a aproximação com mulheres mortas não incomodaria o espírito da mãe, pois para Augusta “mulher boa era mulher morta!”. Essas não fariam Eddie pecar e ele não trairia a memória da mãe.

Eddie e Gus desenterravam cadáveres recém sepultados no cemitério de Wisconsin. Gein os levava para casa, dessecava-os e guardava algumas partes como cabeças, órgãos sexuais, fígados, corações e intestinos. A idade das mulheres era, quase sempre, próximas a idade de sua mãe no momento da morte.


A partir de um momento, a insanidade de Eddie tomou tal proporção, que ele passou a usar pele humana para confeccionar “roupas”, em volta de um velho manequim de alfaiate. Em algumas noites, ele realizava um estranho ritual vestido com essas roupas: pulava, dançava e dava cambalhotas esquisitas em volta de sua casa. Sua parte favorita do cadáver era a genitália. Após desenterrar o corpo, Ed brincava e afagava as partes íntimas. Rechiava calças femininas com genitálias, para sentir-se mais feminino. Tinha esperança de juntar dinheiro para trocar de sexo.

Ed vivia cada vez mais isolado, mas não dava bola pra isso. Ele havia desenterrado o cadáver da mãe, guardando a genitália pintada de prata em uma caixa de sapatos, junto com outras. Às vezes conversava com o cadáver de Augusta.

Exames psiquiátricos

Eddie Gein foi submetido a uma série de exames psiquiátricos. Durante seu julgamento, foi sugerida a hipótese de insanidade. Após uma bateria de testes psicológicos, concluiu-se que Ed era emocionalmente e mentalmente prejudicado. Psiquiatras e psicólogos afirmaram que Ed era esquizofrênico e sexualmente pervertido, portador de uma “psicopatia sexual”. Sua condição foi atribuía à relação doentia e fanática para com sua mãe. Os sentimentos conflitantes tomaram conta de Gein, que sentia atração por mulheres, porém reprimia esse desejo, numa atitude não natural para não desagradar a mãe. Essa relação de desejo e ódio para com as mulheres acabou progredindo e se desenvolvendo em uma psicose.

Novos achado na fazenda de Gein

As buscas na fazenda de Eddie prosseguiram. Os policiais acharam partes dos corpos de 10 mulheres. Eddie afirmou se tratar de mulheres desenterradas do cemitério. Porém os policias estavam um tanto céticos, e suspeitavam que Eddie poderia ter matado todas as pessoas ali encontradas. A única forma encontrada para verificar a versão de Ed foi visitando túmulos do cemitério de Wisconsin, dos quais, segundo ele, teria desenterrado os corpos. Depois de controversas e debates sobre ser correto ou não cavar as sepulturas, a policia conseguiu autorização verificar as covas do cemitério. Os caixões desenterrados dos túmulos sinalizados por Eddie mostravam claros sinais de adulteração. Na maioria dos casos, o corpo ou partes dele estavam ausentes. Não haveria outras descobertas na fazenda de Eddie que determinasse a culpa dele em outros assassinatos.


Em 29 de novembro, investigadores encontraram um esqueleto enterrado na fazenda de Ed. Acreditava-se tratar de um esqueleto masculino, possivelmente de Victor Travis, mas exames posteriores comprovaram que se tratava de um esqueleto feminino, possivelmente uma mulher de porte grande, outro suvernir do cemitério de Wisconsin. Após a tentativa de implicar Eddie nos desaparecimentos de Victor Travis, Georgia Weckler e Evelyn, mas só conseguiram acusá-lo nas mortes de Bernice Worden e Mary Hogan.


Remoção de muitas das evidências

Itens que acabaram sendo encontrados na casa de Gein

  • Uma poltrona revestida com pele humana;
  • Genitálias femininas salgadas e conservadas em uma caixa de sapatos;
  • Um cinto feito com mamilos;
  • Uma cabeça humana; Quatro narizes;
  • Um coração humano;
  • Um terno feito inteiramente com pele humana;
  • Uma mesa cujos pés eram escorados por tíbias humanas;
  • Nove máscaras mortuárias feitas com faces de mulheres mortas, usadas como decoração no quarto;
  • Pulseiras feitas de pele humana;
  • Uma bolsa feita de pele humana;
  • Um par de calças feitas com pele humana;
  • Quatro cadeiras forradas com pele humana entrelaçada;
  • Uma caixa de sapatos contendo nove vaginas salgadas, sendo uma pintada de prata (era a de Augusta Gein, mãe de Eddie);
  • Uma cabeça humana pendurada em um cabide;
  • Cabeças humanas encolhidas;
  • Dois crânios enfeitando os pés da cama de Gein;
  • Dois lábios humanos dependurados em um barbante, usados como puxador de cortina;
  • Um crânio, cuja coroa foi transformada em prato de sopa;
  • Uma geladeira cheia de órgãos humanos;
  • Cúpulas de abajur feitas de pele humana;
  • Cabeças recheadas com papel e expostas como troféus;
  • Um sutiã feito com um torço humano feminino;
  • Uma camiseta feminina feita com pele humana.


O incêndio na fazenda da família Gein

Na madrugada de 20 de março de 1958, a casa que pertenceu a Eddie Gein estava sendo consumida pelas chamas. O departamento de bombeiros foi chamado. A casa rapidamente foi queimada por inteiro.


A polícia acreditava que o incêndio foi criminoso, obra de algum incendiário e não problemas com a fiação elétrica. A polícia realizou uma investigação intensiva para tentar identificar o possivel incendiário, porém nenhum suspeito foi encontrado. Quando Gein tomou conhecimento do incêndio que destruiu sua casa, ele apenas disse um “Ainda Bem”.

O incêndio destruiu boa parte dos pertences, porém alguns itens de valor sobreviveram. O que restou dos bens foi a leilão. Ferramentas agrícolas e o Ford Sedan 1949, usado para transportar os corpos de Worden e Hogan, além dos cadáveres desenterrados, foram arrematados. O carro foi comprado pelo valor de 760 dólares, por um homem que resolveu por o veículo em exposição. O carro foi exibido em uma feira do condado, onde milhares de pessoas pagaram para ver o veículo do “Monstro de Plainfield”. O fascínio pelo caso de Ed Gein parecia estar longe do fim.

Camioneta semelhante a de Gein

Julgamento

Depois de dez anos na instituição mental, foi decidido finalmente que Gein poderia ir a julgamento. O processo foi aberto em 22 de janeiro de 1968 para determinar se ele tinha ou não culpa pelo assassinato de Bernice Worden e de Mary Hogan. Em 7 de novembro de 1968, Edward Theodore Gein, com 61 anos, foi levado aos tribunais.


Sete pessoas testemunharam, a maioria era formada por técnicos que realizaram os exames no corpo de Bernice Worden. O xerife e o sub-xerife também depuseram. Inúmeras provas foram levantadas contra Ed Gein, e após uma semana, o juiz chegou a um veredicto: Ed foi considerado culpado em assassinato em primeiro grau pela morte de Bernice Worden. No entanto, devido ao estado de loucura em que se encontrava no momento dos crimes, não poderia responder pelo crime. Sendo assim, foi considerado inocente por razões de insanidade e absolvido. Logo após o julgamento, Ed Gein foi escoltado de volta até o Hospital Central de Waupon, onde eram presos e tratados os criminosos insanos.


As famílias de Bernice Worden, de Mary Hogan e de todas as mulheres cujas sepulturas foram profanadas estavam indignadas com o resultado do julgamento. Ele acreditavam que Gein escapou injustamente do que era merecido para ele: Pena de morte. Mas nem o apelo e a indignação soa parentes das vítimas influenciaram na decisão do juiz.


Edward Theodore Gein passou o resto da sua vida na instituição mental. De certa forma, lá seus dias eram felizes. Gein era um preso bem comportado. Provavelmente, os dias de internação de Gein foram os mais felizes da sua vida. Eddie era bem alimentado e podia se dedicar à sua atividade favorita: a leitura. Adotou o artesanato como terapia ocupacional, criando figuras em pedra polida e confeccionando tapetes. Gostava também de conversar com psicólogos. Também desenvolveu gosto em ouvir rádio, recebendo autorização de vender seus trabalhos para compra um, mesmo que barato.

Gein era um sujeito muito quieto e dócil, considerado um homem amável. Era um dos poucos pacientes que nunca necessitou ser tranqüilizado com medicamentos para manter a loucura sobre controle. Tirando a maneira fixa com a qual olhava as enfermeiras e outras funcionárias do sexo feminino, nada naquele homem parecia fora do comum. Ed Gein nunca deixou seu fascínio pelas mulheres.


Em 26 de julho de 1984, aos 77 anos, Edward Theodore Gein falece por causas naturais. Ele havia lutado contra o câncer durante anos. Seu cadáver foi enterrado no cemitério de Plainfield, perto do túmulo da mãe e perto também das covas, de onde Gein tirava os cadáveres. Vítimas de seu fascínio perverso. Por ter sido condenado por suas mortes, Ed Gein não se encaixa na classificação de Serial Killer do FBI. Ele e suspeito de outras 10 mortes, incluindo a do irmão e do desaparecimento de 3 pessoas.




O monstro que inspirou o cinema

Muitos foram os filmes que acabaram inspirados pela história de Ed Gein, alguns dos quais são considerados clássicos do terror e suspense. Filmes como Psycho (Psicose) dirigido pelo grande Alfred Hitchcock e lançado em 1960, Texas Chainsaw Massacre (no Brasil: O massacre da serra elétrica) de Tobe Hopper que encantou e assustou o mundo em 1974 e The Silence of Lambs (O Silencio dos inocentes) dirigido por Jonathan Demme lançado em 1991, são alguns dos mais relevantes filmes inspirados no O Monstro de Plainfield.


Vários filmes e personagens foram inspirados em Ed Gein, veja alguns:
  • Deranged – 1974 (Dica de “Shady”)
  • Donny Kohler – Don’t Go in the House (As Chamas do Inferno – O Corredor da Morte)
  • Maniac – (O Maníaco – 1980)
  • Jame “Buffalo Bill” Gumb – O Silêncio dos Inocentes
  • Leatherface – (O Massacre da Serra Elétrica)
  • Ed Gein – (O Serial Killer)
  • Norman Bates – (Psicose)
  • See No Evil – (Noite do Terror)
  • American Psycho – (O Psicopata Americano)
Fontes: Famigerados e Murderpédia

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