Contos de Fadas Bizarros: Parte 1 - Branca de Neve
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Contos de Fadas Bizarros: Parte 1 - Branca de Neve


Branca de Neve
A maioria conhece contos de fadas apenas pela versão do Walt Disney e mal sabem que dentre anos esses contos sofreram alterações de acordo com a cultura do país em que é recebido.

Alguns contos com conteúdo violento, escritos por Charles Perrault, escritor e poeta francês, foram adaptados pelos irmãos Grimm, jovens escritores alemães dedicados a literatura infantil. Sendo assim, as fábulas acabaram cedendo um espaço para o humanismo, destacando a solidariedade e o amor ao próximo.

Enquanto um deixa o lobo devorar Chapeuzinho e sua avó, outro acrescenta o caçador para abrir a barriga do animal e soltá-las, deixando-as viverem ‘felizes para sempre’.

Branca de Neve e os Sete Anões

Há quem diga que ela tinha 17 anos, e há quem diga que era apenas 7 anos quando despertou a inveja da rainha-madrasta malvada. Versões defendem que a aparente história inocente e infantil está indiretamente ligada a símbolos relacionados à sexualidade.

Branca de Neve e a maçã
O espelho seria uma metáfora da voz da consciência feminina. A beleza descrita de Branca de Neve submete a um cromatismo sugestivo: o branco da pele sugere pureza, inocência; o vermelho dos lábios evidencia a sensualidade, sedução, paixão; e por fim os cabelos negros, que remetem à escuridão, mistério, sofrimento.

Em todas as versões, Branca de Neve nasce de um desejo de sua mãe, que ao costurar, fura-lhe o dedo e caem gotas de sangue sobre a neve. Tão admirada com contraste do sangue vermelho na neve branca e a noite negra feito o breu, que deseja um filho da mesma maneira.
A madrasta não pede apenas o coração de Branca, mas também outros órgãos principais.
Na versão dos irmãos Grimm, Branca de neve tinha 7 anos quando provocou a inveja da rainha-madrasta por causa de sua beleza. Sendo assim, ordenou ao caçador que buscasse o coração da menina para que comprovasse sua morte e tornasse a mulher mais bela do mundo. Mas o caçador encantado com a beleza e a doçura da menina, a deixa fugir e em troca de seu coração, entrega a rainha o coração de um javali.

A partir desse ponto já se pode notar os homens como influenciáveis em relação à beleza feminina, sendo facilmente seduzidos por pequenos dotes de encantamentos.

Em outra versão, a madrasta não pede apenas o coração, mas também outros órgãos principais, como pulmão e o fígado para alimentar-se deles. Esse ato canibalesco remete à sabedoria popular que a faz acreditar que ao digerir os órgãos de Branca de Neve, a rainha tomaria para si a beleza da menina, assim tornando-se a mulher mais bela de todas.
A maça faz o imaginário coletivo associar como o símbolo do desejo, da paixão e da perdição.
Branca de Neve em fuga encontra a casa dos sete anões. Ou sete ladrões, dependendo da versão. Conquista moradia em troca de casa, comida e roupa lavada. Sua madrasta a visita por três vezes, tentando lhe ocasionar a morte. E nas três tentativas, aparece com ofertas aonde o ego feminino é indiretamente desafiado. Na primeira, leva um corpete de seda no qual o veste tão fortemente impossibilitando a bela menina de respirar e, lhe que causa o desmaio. Na segunda, um pente envenenado a acompanha, e ao passá-lo no cabelo de Branca, a deixa desacordada. E na terceira e última tentativa, na qual os anões não chegaram a tempo de salvá-la, a madrasta lhe entrega uma maça envenenada. Entre várias definições, a maça faz o imaginário coletivo associar como o símbolo do desejo, da paixão e da perdição. A menina fica desacordada novamente e é exposta em um caixão de vidro para que todos possam observar sua beleza mantida, sendo que suas bochechas continuam rosadas mesmo que esteja aparentemente morta.
 Numa versão bizarra, príncipes pedófilos são normais.
E aí entra outra curiosidade sobre o conto. Se Branca tem 7 anos, como poderá o príncipe se apaixonar por ela, e casarem-se? Pois acontece. E numa versão extremamente bizarra, onde príncipes pedófilos são absolutamente normais, Branca de Neve é levada para o palácio mesmo estando adormecida, depois de muita insistência com os anões que a vigiavam. Há quem julgue o ato como necrofilia. Os servos cansados de a carregarem para todos os lados, para que fique sempre próxima do príncipe, a deixam cair e lhe é dado um golpe “acidental” no qual retira a maça envenenada de sua garganta, trazendo a menina de volta a vida.

Como de praxe, Branca de Neve e o príncipe se apaixonam e marcam a data do casamento, no qual a madrasta de Branca é convidada, mas não sabe quem é a noiva. Quando a rainha chega ao castelo onde será o casamento descobre quem é a noiva e, inconformada tenta novamente matá-la. Mas os guardas a descobrem, a castigam mantendo-a dançando em sapatos de ferro sob a brasa até cair morta. Diferente do final da Walt Disney World, que a madrasta-rainha cai do penhasco.




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