Conto: A Menina Gótica
Medo

Conto: A Menina Gótica



Essa lenda me foi contada a muito tempo por minha avó...

Perto da casa onde ela antigamente morava, existia um roseiral, lindo... Todo de rosas "vermelho sangue". Minha avó era menina, e perguntou pro dono dos equitares:

- Como essas rosas são vermelhas?

Então o homem começou a contar essa lenda a seguir:

A muitos anos atrás, havia uma linda garota que morava em um roseiral, mas aquela garota e aquele roseiral tinham algo incomum. O roseiral era todo, mas realmente todo branco, e aquela doce menina era uma dama da noite, um belo anjo caído, uma gótica como nunca se viu antes.

Da casa que era dessa garota, avistava-se da janela mais alta o roseiral inteiro! Todas as noites Lia caminhava entre o roseiral, e quando questionada ela dizia que a noite as rosas ficavam mais bonitas com o clarear da lua...

Nada se via ao olhar pro roseiral daquela janela, apenas as rosas brancas, já que Lia se vestia como a noite.

Em uma noite, Lia escutou de seu quarto (o mais alto da casa) o relinchar e trotar de um cavalo, foi até a janela e nem podia acreditar... Um lindo duque em seu cavalo branco. Então se vestiu o mais majestosamente possível, trajando sempre o mais amedrontador luto. Desceu correndo as escadarias e foi ao roseiral. O duque desceu de seu cavalo e beijou a mão de Lia:

- De onde vens cavaleiro?! Nunca o vi por esse lado da cidade.

O cavaleiro nada respondia... Nenhuma palavra saia de sua boca. Ao olhar em seus olhos, parece que ficou hipnotizada, seus olhos eram brancos prateados, de brilho intenso, comparado ao da lua.

O duque pegou sua mão e em sua cintura delicadamente. Dançaram a noite inteira uma valsa, por olhar, inofensiva...

Lia acordou no meio do roseiral sem saber o que havia acontecido, mas sabia que seu Duque viria.

A noite chegou... mas o Duque não.

E assim passou 13 dias.

Lia sentia enjoo quando chegava a hora em que havia de ver o Duque.

Na décima terceira noite, ele apareceu novamente. Lia desceu ao encontro dele e dessa vez não sentia-se enjoada. Ele olhou profundamente em seus olhos, e a beijou...

Lia transbordava em êxtase. O Duque, sem delongas a despiu de suas negras vestes, beijou delicadamente seu corpo, e ali passaram uma linda noite de amor... E o Duque ainda sem nada dizer...

Na manhã seguinte, ela novamente acordou no roseiral... mas completamente despida.

Passaram-se mais 13 dias, e além de seu enjôo, Lia sentia-se totalmente apaixonada pelo Duque.

Na décima terceira noite ela foi ao roseiral e não o viu. Correu entre os corredores de rosas. Nada adiantou. Deitou-se no chão, abaixo de um pé de rosas. Foi acordada pelo Duque... Ele se deitou ao seu lado, e ela declarou estar enlouquecidamente apaixonada por ele. Ele olhou em seus olhos, colocou sua mão em seu rosto, sorriu e a beijou...

Ali passaram mais uma quente noite de prazer.

Ao levantar, o Duque pegou uma das rosas e beijou... a rosa começou a ficar avermelhada, e rapidamente estava em vermelho sangue. Então deu a Lia...

Ela perguntou:

- Irei te ver novamente meu Duque?

E ele, pela primeira vez, respondeu:

- Talvez algum dia...

E Lia chorou... O Duque levantou seu rosto e beijou delicadamente:

- Não chore minha linda dama da noite. Você está esperando um filho meu... Voltarei para nos casarmos!

- Te espero meu Conde! Mas me dê uma data!

- Quando a última rosa deste pé ficar vermelha como esta, eu estarei de volta.

Então ele subiu em seu cavalo, e Lia perguntou rapidamente:

- Qual seu nome meu amor?

E o Duque sorriu e respondeu:

- É Lúcifer minha dama...

E saiu a trotear.

Lia sorriu e saiu pra seu quarto com a rosa em mãos.

Dias se passaram... O pé de rosas ficou inteiro de vermelho sangue. E nada...

Seu filho nasceu, e o roseiral inteiro já estava em vermelho sangue.

No ultimo pé de rosas branco o duque apareceu... Tiveram mais uma ardente noite de carícias e prazer. Depois ele a disse:

- Posso ver meu filho?

- Claro!

Nisso o filho do casal veio, e abraçou Lúcifer... E Lia adormeceu.

No outro dia não encontraram mais a criança e o pé de rosas que era o único branco já havia se tornado inteiro de vermelho sangue...

Lia, de treze em treze noites voltava ao roseiral a procura do noivo e do filho, mas não encontrou nunca... Até sua morte.

Lúcifer voltou e perguntou por Lia. Ao saber de sua morte ele amaldiçoou o mundo inteiro! Em todo roseiral que existir, quem entrar a noite e a sós, O encontrará e morto será.

Passaram-se anos e nunca mais tiveram notícias nem do filho, nem de LÚCIFER. O único amor verdadeiro que o mais poderoso rei das enigmáticas trevas havia sentido... um amor incondicional por Lia.

Fonte: Sobrenatural.org

Tenha bons sonhos, se puder...



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