Medo
Andrei Chikatilo: O Açougueiro de Rostov
Saudações galera atormentada. Hoje volto a trazer ao blog Noite Sinistra uma postagem falando de um serial killer. A monstro retratado hoje é Andrei Romanovic Chikatilo, apelidado de: “Açougueiro de Rostov”, “O Estripador Vermelho” e “O Estripador de Rostov”. Chikatilo é um dos mais notórios serial killers do mundo, sendo o foi o primeiro serial-killer conhecido da Rússia no século XX.
Infância do monstro
Andrei Romanovic Chikatilo nasceu em 16 de outubro 1936, em Yablochnoye, uma aldeia no coração da Ucrânia rural, dentro da URSS. Chikatilo cresceu com rumores de que seu irmão, Stephan, havia sido assassinado e canibalizado por vizinhos durante o período de grande falta de comida na Ucrânia conhecido como “a Grande Fome”, ou como “Holodomor”, onde estima-se que 25000 pessoas morreram vítimas da fome (clique AQUI para conhecer essa tragédia). Apesar da mãe de Chikatilo afirmar veementemente que a história é real, não ha vestígios que provem a existência de Stephan.
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Durante a grande fome, muitas crianças acabaram raptadas e vendidas para serem mortas e sua carne vendida para serem consumidas. |
Andrei teve uma adolescência difícil, decorrente de uma disfunção sexual que o tornou temporariamente impotente, fato que lhe causou grande abalo psicológico. Ele acreditava ter sido castrado e cegado ao nascer, seus desejos vingativos, e seu instinto violentas foram aflorando cada vez mais.
Após completar o serviço militar, se tornou engenheiro de uma empresa de telefonia em Rostov. Nessa época sua irmã mais nova acabou indo morar com ele. Foi ela que apresentou a ele a mulher que se tornaria a sua esposa: Fayina. Chikatilo e Fayina se casaram em 1963. Apesar dos problemas sexuais de Chikatilo, e a falta de interesse em sexo convencional, ele e sua esposa tiveram dois filhos: Lyudmilla, nascida em 1965 e Yuri, nascido em 1969. Eles tiveram uma vida familiar considerada normal pelas pessoas próximas.
Em 1971, Chikatilo concluiu um curso por correspondência em literatura russa, e obteve seu diploma pela Universidade de Rostov. Ainda em 1971, uma mudança de carreira fez com que Andrei se tornasse professor, indo lecionar em uma escola para rapazes situada em Rostov. Na escola Chikatilo tornou-se alvo das brincadeiras dos alunos, que inicialmente o chamavam de "ganso" devido a seu pescoço comprido e estranha postura, mas depois passaram a chamá-lo de "maricas", uma vez que passou a molestar estudantes no dormitório. Apesar de sua idade e tamanho, Chikatilo sentia-se intimidado pelos alunos, por isso passou a levar sempre consigo uma faca.
Os abusos sexuais cometidos contra os menores fizeram com que Andrei tivesse que mudar de escola, indo atuar em uma escola ligada a mineração em Shakhty, perto de Rostov.
Em 1973 após a perda da mãe Andrei começa a agir, inicialmente molestando meninas. Em 1978, foi trabalhar na área de suprimentos do governo e passou a viajar diariamente. Chikatilo começou sua carreira de matança abordando, na maioria crianças e mulheres (geralmente prostitutas), que encontrava em estações de trem e pontos de ônibus.
Os Crimes
Em 22 de Dezembro de 1978 fez sua primeira vitima reconhecida, Lena Zakotnova de 9 anos, ela foi estrangulada, estuprada e apunhalada diversas vezes. Seu corpo foi encontrado e retirado do rio Grushevka dias depois. Mais tarde Andrei Chikatilo confessaria que enquanto estrangulava a garota teve um orgasmo. Nesse momento ele associou o prazer sexual ao ato violento, fato esse que marcaria os seus ataques.
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Corpo de Lena Zakotnova no necrotério |
Uma testemunha viu Chikatilo com a vítima, pouco antes de seu desaparecimento, mas sua esposa lhe forneceu um álibi, que lhe permitiu escapar da atenção da polícia. Chikatilo escapou, em seu lugar foi acusado o ex sentenciado por estupro Alexander Kravchenko. Kravchenko apanhou da policia até confessar ter assassinado a menina, tendo sido condenado a morte por fuzilamento e executado em 1984.
Em 1981 mais uma vítima: Larisa Tkachenko de 17 anos. Larisa cabulava aula frequentemente, e em uma dessas vezes foi seduzida a por Chikatilo a fazer sexo, os dois foram para o bosque, Chikatilo depois de ter falhado se sentiu humilhado e a estrangulou rapidamente, depois roeu sua garganta, seus braços e seios.
Em 12 de junho de 1982 foi a vez de Lyuba Biryuk de 12 anos, ela foi esfaqueada e mutilada pelo menos umas 40 vezes, no silencio de uma floresta. Seus restos mortais só forma encontrados 1 ano após sua morte.
Em 1983 Chikatilo fez mais 3 vitimas, entre elas uma primeira masculina, Oleg Podzhidaev de 9 anos, ele foi castrado e esfaqueado. Seu corpo nunca foi encontrado.
Em 1984 consta que Andrei tenha assassinado mais de 15 pessoas. No mesmo ano foi detido e interrogado e logo em seguida liberado por falta de provas.
Em 1985 Andrei matou uma jovem de 18 anos que tinha problemas mentais, ela foi estuprada e levou mais de 387 facadas pelo corpo.
Em 1989 Tatyana Ryshova, ela foi esfaqueada, estuprada, decapitada e teve suas pernas amputadas. Seu corpo foi embrulhado e jogado em um trenó no pátio de um vizinho.
Em 1989 Helena Varga de 9 anos, ela foi esfaqueada e teve seu útero e parte de face retirada. Seu corpo foi dado como irreconhecível, só depois de muita investigação descobriram sua identidade.
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Algumas das 53 vitimas de Andrei Chikatilo |
As Investigações
Para investigar a onda de crimes que assolava a região foi convocado Mikhail Fetisov e seu time de investigação, Festov começou a reunir informações e pistas. O Caso foi denominado como "Os Assassinatos do Estripador da Floresta". Inicialmente os investigadores suspeitaram de que o assassino seria um doente mental, e passaram a estudar nomes de pacientes de clinicas psiquiátricas.
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Mikhail Fetisov |
Com a falta de pistas o grupo começou a recolher amostras de sangue de pessoas dadas como suspeitas e comparava essas amostras recolhidas com as encontradas nos corpos das vitimas, entre os suspeitos estava Andrei Chikatilo, mas nada foi constado ou provado.
Com o aumento no numero de mortes a policia se viu desesperada, foi então que recorreram a pedir ajuda a psiquiatras, psicólogos e patologistas sexuais do instituto médico de Rostov que preparam um perfil do assassino.
Não tendo muita sorte com as informações obtidas pelos especialistas, o chefe da investigação resolveu se espreitar e fazer grandes vigilâncias nas estações de trem e ônibus. Depois de certo tempo de vigilância Zonosovsky e um parceiro estranharam o comportamento de um senhor, que olhava de uma forma apurada para algumas garotas que ali estavam. Os investigadores resolveram então segui-lo por algum tempo, a espreita durou varias horas, naquela noite Chikatilo tentou conversar com diversas mulheres, e com uma delas obteve êxito e iniciou beijos e caricias, mas após algum tempo a mulher se aborreceu e se levantou gritando, imediatamente os investigadores o abordaram e pediram seus documentos.
Chikatilo começou a suar, quando os investigadores pediram para revistar sua maleta, quando a abriram encontraram: uma corda, um pote de vaselina e uma faca afiadíssima. Chikatilo foi levado sob custodia sob a acusação de assédio sexual, algo que dava à policia 15 dias para a averiguação do suspeito.
Mais uma vez depois da falta de provas Chikatilo foi posto em liberdade. Em 1985 depois de ter cometidos mais crimes. Naquele ano foi feito mais um perfil para o assassino nesse constava que o assassino era: Narcisista, Heterossexual, era inteligente, praticava necrofilia, cegava as vitimas para não ver sua imagem em seus olhos, e emasculava meninos praticando canibalismo com as partes retiradas das vitimas.
Depois de longa investigação e um suspeito fuzilado após seu perfil coincidir, Chikatilo volta a matar, agora em 1987 um menino de 13 anos, logo seguido de outro garoto sendo esse assassinado tão violentamente que a faca de Andrei chegou a quebrar durante o ato.
Em 1988 matou uma mulher de 30 anos, na cidade de Krasny-Sulyn. Em 1989 mais 8 vitimas foram encontradas. Em 1990 a policia ainda não tinha resolvido os crimes.
Agora a preferência de Chikatilo havia mudado pelo sexo masculino.
Sem obter êxito nas investigações, a policia volta a espreitar as estações de trem e ônibus, desta vez utilizando até policiais do sexo feminino como isca humana para atrair o assassino. Mas após a policia ter encontrado um bilhete de passagem junto ao corpo de uma das vitimas, foi perguntado ao homem que havia vendido o bilhete se o menino estava acompanhado, foi então que o vendedor fez uma descrição de Chikatilo.
A policia logo se mobilizou e partiu atrás de Chikatilo, mas ao mesmo tempo ele fazia mais uma vitima desta vez uma moça de 20 anos. Depois de analisar registros e analisar mais provas Chikatilo foi preso novamente e levado para novo interrogatório, sua mala novamente foi revistada e lá encontraram mesmo conteúdo de 6 anos atrás: uma corda, um pote de vaselina, e uma faca.
Os investigadores também revistaram o apartamento de Andrei e lá encontrou mais provas e armas. Dentre as armas varias facas e um machado.
A Confissão
Os investigadores não teve vida fácil para fazê-lo confessar, tendo Andrei alegado uma doença mental, e seus crimes não seriam sua culpa. Mas a policia investigou seu perfil e o apontou como capaz de entender e responder por seus atos e impulsos.
A policia inicialmente ligou Andrei a apenas 36 crimes, mas Chikatilo deu detalhes de 53 assassinatos, sendo 23 meninos, 14 meninas e 18 Jovens mulheres. Sua memória era impressionante, pois ele conseguia lembrar das datas, horários, locais e métodos utilizados nos crimes.
O acusado chegou até a fazer a reconstituição dos crimes utilizando um manequim.
Julgamento
Andrei Chikatilo foi julgado em 14 de abril de 1992, o caso recebeu o nome de "O Açougueiro de Rostov". Durante em o julgamento Andrei causou repulsa na plateia enquanto contava seus métodos e crimes. Ele foi condenado a morte por 52 dos 53 assassinatos creditados a ele.
Ao ouvir a sentença, Chikatilo surtou e acusou o juiz de trapaça. Disse também: “Quero que meu cérebro seja desmontado pedaço por pedaço e examinado, para que não haja outros como eu”.
O apelo de Chikatilo foi centrado em torno da afirmação de que a avaliação psiquiátrica que tinha considerado ele apto para ser julgado, foi tendenciosa, mas este processo não teve sucesso e, 16 meses depois, ele foi executado com um tiro na parte de trás da cabeça, no dia 14 de Fevereiro de 1994.
Fotos de algumas cenas de crimes
Após sua morte
Depois de todo o caso, muitos parentes de Andrei retiraram o nome Chikatilo se suas identidades. Seu filho Yuri foi condenado, em 1996, por extorsão e em 1998 por roubo, sendo liberado em 2004. Ele virou dono de uma empresa de engenharia. Eles nunca acreditaram, na época, que Andrei fosse o assassino. Tanto Yuri quanto Ludmila foram diagnosticados como portadores de esquizofrenia.
Talvez o caso de Chikatilo seja o mais ilustrativo, de que os interesses pessoais e a ideologia de um país não devem interferir nos trabalhos policiais. Se desde o inicio os crimes fossem associados, muitas vidas teriam sido poupadas. Chikatilo é, hoje, considerado um dos mais prolíficos assassinos em série do mundo. Seus crimes viraram filmes: Cidadão X, 1995 e Evil enko, 2004. O livro 44 Child também é inspirado no caso.
Fontes: Murderpédia e Id Serial Killer
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