A Verdadeira História do Diabo
Medo

A Verdadeira História do Diabo


Antes deste meu proximo post quero bater um papo com vcs . Hoje estou a  uma semana aqui no Medo Sensitivo e gostaria de saber da opnião de vcs leitores , sobre minhas postagens : se estão gostando , odiando , se não tem nada haver , se para , se continua ..... 

Minha intenção é ajudar a senhorita Dias, então preciso saber se estou no caminho certo ou se estou atrapalhando, não quero atrapalhar .

Então, por favor diz ai nos comentarios, nem que for pra me xingar ok?, sem encheção de linquiça, vamos ao post:



Palavras como LÚCIFER, SATANÁS, DIABO, DEMÔNIO, SATÃ, etc, só de ouvi-las, muitos se arrepiarão e se borrarão de medo, Palavras que são imprescindíveis em qualquer culto evangélico que se preze.

E o que estará por trás delas, destas figuras horrendas que fazem a maioria dos crentes se borrarem de medo? Elas, de fato, existem? Antes, porém, de responder a isso, um pouco de história:

AS ORIGENS

A partir do séc. IV, quando o Cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano, a religião cristã se propaga com uma velocidade extrema. Muitos santuários e templos pagãos são destruídos, e em seus lugares são construídos igrejas cristãs, como tentativas de substituir a velha fé pela a nova. Como evidência disso, podemos citar que o Cristianismo, não apenas, se apropriou do dia 25 de Dezembro, tido arbitrariamente como o dia do nascimento de Cristo, data também do SOLSTÍCIO DE INVERNO, a noite mais longa do ano (dia que era calculado através da lua e das estrelas), que então era a data mais sagrada para a religião mitraica, sendo o MITRAISMO a maior religião concorrente do Cristianismo, naquela época, como também uma das datas principais do paganismo. Assim como também se apoderou do lugar do maior templo mitraico, que ficava na colina vaticano, onde hoje fica a maior igreja cristã, a basílica do Vaticano. Contudo, mesmo com todo o poder da igreja, muitas divindades pagãs ainda eram reconhecidas, e cultuadas, em muitos lugares. Tem inicio, então, uma nova estratégia da igreja: a transformação de deuses de outras religiões em demônios, seres destituídos de qualquer valor positivo. Deturpando, deste modo, o verdadeiro sentido que tais seres teriam para tais povos. E, assim, mantendo os fiéis longe de cultos pagãos. Culminando com a "SANTA" INQUISIÇÃO, em que eram mortos, na fogueira, indivíduos simpatizantes de outros credos religiosos.

Na verdade tal estratégia não era nem um pouco nova, pois, na antiguidade, quando um povo entrava em guerra com outro povo, não apenas os membros destes povos eram tidos como inimigos, assim como seus deuses eram tidos como adversários. O que seria de esperar, já que se um deus é tido como benéfico para determinado povo, o mesmo deus passaria a ser maléfico para o povo adversário. E, por conseguinte, seria natural que um povo adversário deturpasse os deuses adversários. O que se pode ver, de modo claro, nos termos SATANÁS e SATÃ: termos oriundos do hebreu SHAITAN, que em hebreu significa adversário. Era usado para denominar rivais. Portanto, qualquer adversário era denominado de Shaitan, ou melhor, na linguagem de hoje, Satanás ou Satã, mesmo para deuses de povos inimigos.

A IMAGEM DO DIABO

DIABO – Termo oriundo da palavra grega diabolos. Segundo Marcelo Del Debbio, seu verdadeiro significado seria “aquilo que nos separa”.

Como já foi dito, a igreja Cristã, durante sua tentativa de arrecadar novos fiéis e destruir religiões inimigas, - ato tão comum naquela época, e uma das formas de intimidar o culto de outros deuses -, distorceu, não apenas o significado de tais deuses, como suas imagens e qualidades, associando-os a figuras de seres horrendos e maléficos. Deste modo, o que era tido como símbolos sagrados e benéficos para outros povos passaram a ser vistos como símbolos maléficos para a cultura cristã, associados à imagem do Diabo.

E embora na Bíblia apareça uma figura denominada com tal nome, notamos que tal figura não aparece, de modo algum, com características, tidas hoje, como pertencente à sua malévola natureza, como os famosos chifres, tridente e as pernas de bode. Como em Ezequiel 28: 12 a 19, em que supostamente uma estranha figura é interpretada como o tal, e que geralmente é associado à origem do Diabo (embora alguns interprete-a de  forma METAFÓRICA):

Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.

Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.

Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais subsistirá.

Portanto, NADA há de chifres, tridente e, muito menos, pernas de bode.




A imagem do Diabo como um ser possuidor de chifres, tridente e pernas de bode, é uma imagem, portanto EXTRA BÍBLIA, criada para associar um conjunto de atributos que para outros povos eram sagrados e benéficos, pertencentes à natureza de seus deuses, à imagem de algo ruim. Senão, vejamos:

CHIFRES

Os chifres em muitas culturas antigas eram sinais de algo divino, e em muitos casos o número de chifres representava o poder e a importância de cada deus. Acreditava-se também que os chifres recebessem poderes divinos, para quem os usasse. Por isso, em muitos povos era honroso o uso, não apenas por reis, como por guerreiros destes mesmos povos. E, assim, vários personagens foram retratados com chifres, como Alexandre, o grande e Moisés.

Foi com o cristianismo que tal uso tornou-se um símbolo maléfico, bem como desonroso. Mais tarde, “LEVAR CHIFRE” tornou-se ofensivo. Mas isso deveu-se primeiro aos romanos. Pois, durante as guerras, as rainhas celtas, durante a ausência dos reis, mantinham haréns, com homens incumbidos de substituí-lo. Para os romanos, como posteriormente para os católicos, isto era um ato desonroso e absurdo. O que logo foi associado ao uso dos chifres. Dando origem a tal expressão tão usada em países latinos, como o nosso.

Outra forma que demonstra, inequivocamente, a idéia dos chifres como um símbolo divino é a cornucópia. Este símbolo é representado por um chifre, de onde brotaria alimentos em abundância, aplacando a fome de todos.

TRIDENTE

O tridente para muitas culturas era (e ainda o é) um instrumento sagrado e extremamente poderoso. “O tridente mais antigo que se tem registro é o Trishula, a arma principal de Shiva [um dos deuses da religião hindu, responsável pela destruição dos defeitos da alma, que entravam nossa evolução espiritual], retratado aproximadamente 6.000 anos atrás. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades da matéria: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).”

“Portanto, para os indianos e durante mais de 4.500 anos, o tridente foi o símbolo de sabedoria; uma arma sagrada que todos nós devemos sempre lembrar de carregar conosco.” Mas que, mais uma vez, foi tomado pelo cristianismo como um símbolo diabólico. E no IMAGINÁRIO popular cristão, tornou-se uma espécie de espeto diabólico, com o qual o Diabo espetaria as almas condenadas ao inferno.

PERNAS DE BODE

Muitas divindades pagãs possuíam pernas de bode, como os deuses romanos Sylvanus e Faunus, ou o deus celta Cernunnos, bem como o antigo deus grego Pan. Além de possuírem suas pernas em formato de pernas de bode, estes antigos deuses também possuíam chifres.

O deus Pan, assim como os deuses acima, era o deus da fertilidade, dos instintos, das paixões, do sexo, tido como um benéfico atributo dos deuses. Suas pernas de bode simbolizavam a sexualidade e a fertilidade, umas das características atribuídas ao bode.


BAPHOMET

Uma das imagens bastante divulgadas do Diabo, principalmente entre músicos de Rock, é o Baphomet. Esta mistura de bode, homem e ave, na verdade nunca foi cultuada verdadeiramente, surgiu de uma lenda medieval ligada aos Templários, que por questões de interesses políticos e financeiros, foram dizimados sob a calúnia, nunca comprovada, de homossexualismo, baseada no símbolo da ordem, que trazia dois cavaleiros montando o mesmo cavalo, bem como na idéia herética, também nunca comprovada, de que estes soldados cristãos, que em vez de cultuarem Cristo, cultuavam outro ser, um ser demoníaco. Tal figura nunca foi bem definida pelo tribunal da Inquisição, sendo apenas vagamente descrita como uma espécie de “cabeça barbuda”. Mais tarde esta figura tomou forma através das mãos do ocultista francês Eliphas Levi (1810 – 1875), que tentou decifrá-lo em seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia de 1855. Portanto, é quase certo que o famoso Baphomet não passou de uma invenção, com intuito de desmoralizar, e assim, desapropriar os Templários de suas riquezas, feita por alguns reis europeus.


LÚCIFER

A palavra Lúcifer tem origem do latim, LUCIS = LUZ; FERRE = CARREGAR. Portanto, Lúcifer significa: “o que trás a luz”. Era um nome dado, na antiguidade, para o planeta Vênus. Vênus, devido sua proximidade ao sol, aparece antes do amanhecer e do anoitecer. Isto, para os antigos, era como se Vênus puxasse o astro rei de seu sono para criar as manhãs. E no entardecer o empurrasse de volta, para as regiões obscuras, abissais. Daí, portanto, dando origem ao seu nome, Lúcifer, “o que trás a luz”. Vênus também é conhecido, pelo mesmo motivo, como a “estrela d’alva”, “estrela da manhã” e “estrela vespertina”.

Em nenhum momento na Bíblia seu nome aparece como sinônimo para Demônio. Tal associação surge, posteriormente, devido a uma má interpretação de uma passagem bíblica do Velho Testamento, cujo o profeta Isaías, assim nos relata: “Como caíste do céu, ó Lúcifer, filho da manhã”, ou mais precisamente:

Como caíste do céu,
Ó ESTRELA D’ALVA [LÚCIFER], filho da manhã!
Como foste atirado à terra,
vencedor das nações!
E, no entanto, dizias no teu coração:
‘hei de subir até o céu,
acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono,
estabelecer-me-ei na montanha da assembléia,
nos confins do norte.
Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao
Altíssimo.’
E, contudo foste precipitado ao Xeol,
nas profundezas do abismo.
Os que te vêem fitam os olhos em ti,
e te observam com toda atenção, perguntando:
“Porventura é este o homem que fazia tremer a terra,
que abalava reinos?"(Isaías 14, 12 – 15)

O que o profeta nos relata não é a queda de um anjo demoníaco, mas a morte do rei da Babilônia, Nabucodonosor, identificado metaforicamente à Lúcifer (o planeta Vênus), pelo pecado da luxúria que era, então, associado a Vênus. Posteriormente esta passagem será associada à origem do Diabo.

Isto é tão verdadeiro, que as próprias palavras de Jesus comprovam que tal nome, não poderia ser associado a algo mal:

“Eu, Jesus, ... Eu sou a raiz e o descendente de Davi, sou a estrela radiosa da manhã.”(Apocalipse 22:16).

Portanto, JESUS É LÚCIFER, isso mesmo, para seu espanto, pois, Jesus, tal qual a estrela da manhã (Lúcifer), é aquele que trás a luz, o iluminado. Por isso, um dos primeiros Papas foi chamado de Lúcifer. Houve também um bispo da Sicília, de 370 a 371, chamado Lúcifer de Cagliari, que é um Santo cristão conhecido. O que reforça, ainda mais, tais idéias.

LÚCIFER E A QUEDA DOS ANJOS

Tal erro surge da tentativa de substituir uma velha tradição então, aceita correntemente, da “queda dos anjos”, encontrada nos chamados Livros de Enoque. Um livro apócrifo, não pertencente ao conjunto dos livros bíblicos, mas que possuía enorme influência. E na tentativa de substituí-la, com influências cristãs, alguns autores tomaram a infeliz decisão de transformar a palavra Lúcifer como título de Demônio. Para tanto, como já foi dito, interpretaram de modo errôneo uma passagem do Livro de Isaías “no qual [o Deus] Yaveh protege seu povo destruindo o orgulho de seu inimigo”.

Deste modo, interpretaram Lúcifer como sendo o nome de Satanás antes de sua queda do Paraíso. (Lembrem-se que a palavra Satanás (Shaitans), como já foi visto, possuía o significado de adversário, ou inimigo).

O DEMÔNIO

A idéia de um deus, ou de um semi-deus, que trás a luz para os homens, não era um tema novo, mesmo naquele tempo. Muito antes já havia o mito grego de Prometeu, o deus grego que rouba o fogo dos deuses para prover os homens com esse elemento divino, anteriormente inexistente entre os homens. E mesmo entre essa espécie grega de Lúcifer, nada havia de Demoníaco.

Aliás, o termo Demônio possui origem grega, de Daemon, palavra que em sua origem, significava uma espécie de anjo protetor, ou uma intuição interior benéfica, à nos dirigir nos bons atos. Deste modo, Sócrates, o filósofo grego, que foi considerado o homem mais justo que, então, o mundo tinha conhecido, bem como o homem mais sábio, pelo oráculo de Delphos, se dizia inspirado em suas boas ações por um Daemon. Posteriormente tal palavra originaria a palavra Demônio, já obedecendo às interpretações cristãs, no sentido de espírito maligno. 

666 OU 616?

Contudo, é bem possível que o número 666 seja fruto de interpolação, já que O Codex Ephraemi Rescriptus, um manuscrito do Séc. V, que comporta quase todo o Novo Testamento, o qual “trata-se de um palimpsesto, ou seja, um pergaminho que foi raspado para apagar-se o conteúdo original e possibilitar ser novamente escrito”, concebe o número da Besta como sendo 616, bem como um pequeno fragmento antigo encontrado do Livro do Apocalipse. Não havendo, portanto, unanimidade quanto a tal número, sendo, bem possível, ser o número 666 o resultado de adulteração de traduções. O que explicaria, por sua vez, toda a confusão com o sentido benéfico de tal número. Pois, é sabido que, naquele tempo, o ato de escrever em cifra ou em código, era bastante comum, consistindo, simplesmente, em atribuir valores numéricos às letras. O que era facilitado pelo fato das línguas, latim, hebreu e grego, usarem letras como símbolos de números. E, assim, podia-se conceber palavras como números e vice-versa. Deste modo, para alguns, por exemplo, o nome Cristo podia ser interpretado como 888. Todavia, uma mesma palavra, dependendo do idioma adotado, podia ter valores numéricos diversos. Assim sendo, para Orígenes, Cristo era representado pelo número 318. Tornando clara a CONFUSÃO que daí poderia provir, já que muitas línguas possuíam alfabetos diferentes. Tanto que do próprio nome de Jesus de Nazaré em hebraico (YRSN VSY), transpondo para números, pode-se obter 666.

CONCLUSÃO:

Devemos sempre nos lembrar que não apenas nossos atos possuem conseqüências, como também nosso modo de pensar. E que um pensamento calgado no medo e na ignorância não pode nos dar bons frutos. E que o pior medo, é aquele que surge da ignorância, pois ignorando suas origens, não podemos dominá-lo, porém ele nos domina. Por isso, desde muito cedo, é sabido: O MELHOR MEIO DE DOMINAR ALGUÉM É LHE INCUTINDO MEDO. Idéia que sempre foi usada na humanidade e que, em nós, é incutida desde que somos criancinhas, como forma infeliz de nos “acalmar” os ânimos, nos impondo medo de um bicho-papão, ou de algo parecido. E poucas são as fontes tão prodigiosas em medo quanto as religiões.

Assim, Lúcifer, Satanás, Diabo e etc, surgem como deturpações criadas de deuses, ou símbolos, pagãos, feitas pela igreja cristã. E o que são tais figuras, além de uma espécie de bicho-papão que assombrariam nossas mentes, mantendo-nos cativos de nossa própria ignorância? E, assim, provendo de um gordo dízimo àqueles interessados em mantê-las, mantendo, deste modo, o medo.



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