Medo
A Lanca do Destino
"Um soldado tomou uma lança e furou-lhe o lado, e saiu sangue e água. Novamente Jesus clamou com alta voz e entregou seu fôlego. E eis que a cortina do Santuário rasgou-se em dois, do alto a baixo, e a terra tremeu, e as rochas se fenderam"
(Mateus - Cap. 27, Vs. 49/51)
Impiedosamente, o centurião romano cujo nome era Gaius Cassius Longinus, capitão da guarda do templo, cravou a sua lança no peito de Jesus. O sangue e a água que verteram do ferimento espirraram nos seus olhos - que eram virtualmente cegos devido às cataratas que lhe tolhiam quase que completamente a visão. Como um milagre, Longinus limpou os olhos e imediatamente recuperou totalmente a faculdade da visão! Sabe-se que, mais tarde, o centurião, profundamente arrependido do seu ato insano e cruel, converteu-se ao Cristianismo.
Um tradição antiga indica que a Lança do destino foi encontrada por um monge em Antioquia, chamado Pedro Bartolomeu, que acompanhava a Primeira Cruzada. Este afirmava ter sido visitado por Santo André, que lhe teria contado que a lança encontrava-se na igreja de São Pedro. Depois da conquista da cidade, foi feita uma escavação e foi o próprio Pedro Bartolomeu que a encontrou.
Apesar de se pensar que tinha sido o monge a colocar uma falsa relíquia no local (até o legado papal Ademar de Monteil acreditava nisto), o logro melhorava a moral cruzados, sitiados por um exército muçulmano. Com este novo objeto santo à cabeça das suas forças, o príncipe de Antioquia marchou ao encontro dos inimigos, a quem derrotou miraculosamente - milagre segundo os cruzados, que afirmavam ter surgido um exército de santos a combater juntamente com eles no campo da batalha.
A lança que feriu o peito de Jesus (foto), conhecida pelos nomes de "A Lança do Destino", "A Lança Sagrada", ou ainda "A Lança de Longinus", transformou-se através dos tempos, juntamente como o Santo Graal, a Coroa de Espinhos e o Sudário de Turim, em um dos símbolos místicos máximos do Cristianismo. Diziam as antigas Tradições que aquele que a possuísse tornar-se-ia o senhor do mundo, invencível e dotado dos mais ilimitados poderes.
Detalhes da ponta e de parte do corpo da Lança. Mais apropriadamente um gládio, era um temível artefato bélico romano, extremamente cruel e letal, elaborado de modo a causar severas lesões e graves hemorragias nas suas vítimas.
Herodes, cognominado "O Grande", rei da Judéia entre 37 A.C e 4 D.C, é tido como um dos seus primeiros proprietários. Em 570 D.C., os registros históricos dizem que ela esteve exposta na Basílica de Mont Sião - em Jerusalém - juntamente com a coroa de espinhos. Justamente por isso, pelo caráter considerado sagrado da Lança, os Cruzados receberam a missão de recuperar esse valioso tesouro, levando-o desde a Terra Santa diretamente aos domínios da Igreja Católica, em Roma.
O Papa Inocêncio VIII foi um outro detentor da Lança Sagrada. Não se conhece a exata razão, e tampouco os obscuros motivos, de ela ter saído dos domínios e também da posse do Vaticano, vindo a cair posteriormente nas mãos de vários governantes, guerreiros e soberanos leigos. Dizem que a Lança do Destino, pelo fato de ter tocado o corpo e o sangue sagrado de Cristo, possuía a faculdade de curar. Mas, infelizmente, somente veio a cair em mãos erradas e ambiciosas que assim possivelmente perverteram a sua maior e mais sublime característica.
Napoleão Bonaparte foi mais um daqueles que tudo fizeram para se apoderar da Lança Sagrada. Não se sabe se foi graças ao místico poder por ela dispensado que o Corso quase dominou o mundo com os seus poderosos exércitos, vindo, contudo, repentinamente a sofrer uma grande derrocada - morrendo exilado, desprezado, debilitado e além de tudo totalmente louco.
O Kaiser Wilhelm, igualmente um outro governante que se apoderou da Lança. Teve o mesmo trágico destino dos outros. E assim, por cerca de mil anos, pelo menos 45 imperadores detiveram a sua posse. De mão em mão, a Lança de Longinus finalmente chegou à propriedade dos Hapsburgs, na Áustria, tendo passado por vários dos seus soberanos, os quais abriram mão da sua posse e guarda, até finalmente ter sido cuidadosamente guardada no Hofsburg Treasure Museum, em Viena.
Contudo, mais modernamente, a tradição mágica e oculta da Lança do Destino chegou ao conhecimento de mais alguém: Richard Wagner, era um dos compositores nacionalistas favoritos de Hitler. A sua música ardente promovia os ideais de uma nova sociedade e fortemente insinuou as bases do Partido Nacional Socialista. E foi exatamente na sua ópera denominada "Persival" que o tema da Lança de Longinus foi enfocado, despertando assim a atenção do jovem Adolf Hitler. Sabe-se que Hitler fez inúmeras visitas ao Museu Hofsburg, detendo-se fascinado por longos períodos de tempo diante daquele sagrado artefato. Segundo aquilo que escreveu: - "Eu percebi de imediato que este era um momento importante em minha vida.... Fiquei lá, silenciosamente contemplando-a por vários minutos alheio a tudo ao meu redor. Ela me pareceu conter um significado secreto e profundo que fugiu a minha compreensão, um significado que senti em meu íntimo que ainda não poderia fazê-lo vir à tona de meu inconsciente... Senti como se eu próprio a tivesse segurado em minhas mãos há alguns séculos atrás e que eu próprio uma vez a reclamei como meu talismã do poder e mantive o destino do mundo em minhas mãos. Que espécie de loucura era essa que invadia a minha mente e crescia como um tumor em meu peito?".E não tardou muito para que Hitler ascendesse ao poder supremo da Alemanha, tornando-se um líder - um ditador poderoso e plenipotenciário.
Heinrich Himmler, membro da Gestapo e, por assim dizer, um dos "mestres espirituais de Hitler", era um profundo estudioso das Ciências Ocultas. Por sua vez, Hitler, mantinha um grande interesse por artefatos e relíquias religiosas e logo não tardou a ambicionar a posse da Lança de Longinus. E foi por forte influência sua, que a primeira providência de Hitler ao invadir com os seus exércitos a Áustria, em abril de 1938, foi exatamente determinar a apreensão e o imediato confisco da Lança do Destino.
O Dr. Walter Stein, relembrando os momentos de setembro de 1912 em que Hitler constantemente visitava Casa do Tesouro em Viena, declarou: - "Naquela ocasião em que primeiro ficávamos de um lado para outro na frente da Lança do Destino, me pareceu que Hitler se encontrava num transe tão profundo que passava por algum tipo de catarse e um total eclipse de seu subconsciente". E justamente referindo-se a esses acontecimentos, o próprio Hitler revelou durante uma entrevista à Imprensa: - "Vaguei como um sonâmbulo por onde a Providência me conduziu".
O fato é que, obtendo o poder da Lança do Destino - e assim como todos os outros que ambicionavam por seu intermédio a força ilimitada e a conquista do mundo - Hitler tornou-se um dos maiores guerreiros da História e os seus exércitos tornaram-se tão ou mais poderosos do que o antigo Império Romano, chegando mesmo a quase conquistar o poder temporal do globo. Uma fantástica tecnologia súbita e inexplicavelmente lhes foi concedida e assim a Alemanha nazista prosseguia implacável nos seus sonhos ilimitados de conquista e glórias.
E assim, mais uma vez, a águia, a marca dos conquistadores - tanto nos velhos tempos do Império Romano quanto nos dias de hoje - percorreu o mundo invadindo países e expandindo a sua sombra atemorizante. Por trás de tudo, porém, existia uma seita hermética voltada para seus rituais mágicos de iniciação, tendo como suporte certos objetos e simbolismos originários dos mais recuados tempos e das perdidas civilizações do planeta Terra. A Lança de Longinus era, também, um elevado objeto de culto do nazismo!
Contudo, assim como aconteceu a todos os demais conquistadores detentores da Lança, após vários e inexplicáveis revezes, subitamente o poder de Hitler lhe foi implacavelmente retirado. Em 30 de abril de 1945, as tropas aliadas invadiram, arrasaram e tomaram Nuremberg e Berlim - a outrora toda poderosa capital da Alemanha nazista. O General George S. Paton comandante norte-americano, era também um fascinado pela Lança do Destino e imediatamente providenciou o seu confisco, diretamente em uma espécie de santuário subterrâneo, em Nuremberg, altamente protegido e onde Hitler zelosamente a guardava. A partir de então, os Estados Unidos tornaram-se os seus provisórios guardiães.
Neste mesmo dia, a maldição da Lança do Destino parece ter se cumprido. Hitler e a sua esposa, Eva Braun, teriam, segundo consta, cometido o suicídio. Essa foto supostamente mostraria o cadáver do führer, sendo nitidamente visível o orifício na testa, causado por um projétil de arma de fogo. Essa foto é a única coisa que sobrou, pois os corpos de ambos oficialmente teriam sido incinerados pelos aliados. Existem, todavia, controvérsias, uma vez que o rosto acima mostrado em NADA se parece com Hitler. Há, por outro lado, suspeitas que isso tenha sido uma farsa - uma bem montada manobra de propaganda - forjada pelas forças aliadas e seus respectivos governos, de modo a dar uma satisfação à opinião pública mundial.
Imagem de Adolph Hitler morto.
A Lança do Destino finalmente chegou aos EUA, transformando-os repentinamente em uma das maiores potências mundiais. Em poucos meses desenvolveram e utilizaram a sinistra bomba atômica e, de fato, se tornaram uma espécie de "governantes" do planeta. A saga se repetia. Contudo, uma decisão final (e talvez muito sábia) do General Dwight D. Eisenhower, tomada em 1946, fez com que todas as jóias da Casa Real dos Hapsburg, aí incluída a Lança de Longinus, retornassem ao seu local de origem - a Casa de Tesouro de Hofsburg, em Viena Onde até hoje permanece, cuidadosamente preservada da ambição dos loucos e dos megalomaníacos - mesmo após a passagem de quase dois milênios, guardando consigo um mistério profundíssimo. A lança que de maneira blásfema profanou o corpo de Jesus, em contrapartida e APENAS UMA VEZ, concedeu o dom de um milagre àquele que a com ódio a empunhou. Contudo, ela também guarda consigo uma suprema lição, uma grande e severa advertência: NADA, nem ninguém nos pertence! Não se pode jamais ambicionar aquilo a que todos têm direito - a morada universal, a Terra que somente a Deus pertence, e da qual somente Ele poderá verdadeiramente dispor e governar. Todo o poder e toda a glória do mundo jamais serão dados aos homens. Essas coisas são, por sua vez, extremamente fugazes, transitórias. Por conseguinte, a cegueira jamais virá novamente a ser curada. Todo gládio será inapelavelmente ineficaz na mãos dos fracos. A César o que é de César! E, assim sendo, a Suprema Lei, pregada pelo próprio Mestre, invariavelmente e para sempre se cumprirá: toda mão que o empunhar para ferir, um dia - e forçosamente - virá a ser ferida!
Fonte: Palhaço Medonho
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