RELATO DOS LEITORES #11
Medo

RELATO DOS LEITORES #11


Olá Ladydias, galera do MS, Aqui é a Anna. Já faz um tempinho que eu não acesso o blog, meu chefe tá arrancando o meu coro. Quando vim acessar me deparei com alguns relatos e me senti a vontade para enviar o meu.



Coisas estranhas já aconteceram aos montes comigo. Já ouvir sons, barulhos, luzes estranhas, pressentimentos pavorosos, mas nunca tinha visto algo tão nitidamente quando vi aquele dia. Antes de começar, vou deixar claro que é bem cômico, porque são os fatos verídicos, do contrário, eu teria usado mentiras e teria criado algo assustador. Se alguém se sentir incomodado, desde já, peço desculpas. "Vamo" lá.

Isso que vou contar agora aconteceu comigo a alguns anos. Na época, eu estava na sétima série. Eu estudava à noite (graças a minha mãe que só fazia as coisas em cima da hora e foi me matricular dois dias depois que as aulas haviam começado, “daí” só tinham vagas à noite.) Mas isso não era problema, minha casa era perto da escola.

Enfim, eu contrai uma baita de uma virose e fiquei quase duas semanas sem pisar na escola. Quando voltei ainda não estava 100%, mas estava com muita vontade de estudar e uma tosse de lascar, daquelas que a impressão que dá é que você vai parir um Alien pela boca.

Então, eu estava lá na minha, prestando atenção na aula chata da professora quando, de repente, me deu uma vontade imensa de tossir. Eu fiquei me segurando, tava com vergonha de tossir na frente de todo mundo, mas já não tava mais aguentando, nem falar eu conseguia, aí escrevi num papel pedindo autorização a professora para ir ao banheiro. A princípio, ela achou estranho mas acabou deixando. Uma colega já foi se levantado pra ir comigo quando lhe lancei um olhar, tipo aquele olhar de Dona Florinda quando ia bater no seu Madruga, ela congelou na hora e eu corri pro banheiro.

Fiz o que tinha que fazer, tossi pra caramba, parecia que estava pagando todos os meus pecados ali, era uma tosse bem gutural de dá inveja a qualquer cantor de metal gótico e sem falar que eu me sentia uma verdadeira médium, só que o ectoplasma em si era o Geleia dos Caça Fantasmas. Achei até que a escola inteira ouviu. Terminei ali, fiquei mais aliviada, senti até meu cérebro mais leve. Sai. Quando, do nada, senti aquele arrepio congelante, pensei que fosse febre.

A quadra de esportes ficava em frente ao banheiro, do lado da quadra um pequeno espaço, depois o muro da escola, bem alto por sinal. Do outro lado do muro tinha um convento e a capelinha dele era bem ali, grudado no muro da escola de lado com a quadra. Quando olhei pra lá, vi um homem bem estranho de joelhos. Aí vocês vão achar: “Deve ser algum tarado à espreita de uma garotinha linda que foi ao banheiro pra tossir”. Também pensaria isso se não fosse o fato de o homem estranho, de joelhos não estar encostando no chão. Ele estava flutuando, e nem estava olhando pra mim, estava virado pro muro, parecia que estava rezando, não sei. Ele tinha umas vestes estranhas, parecia roupa indiana. Blusa bem cumprida, parecia um vestido, calças um pouco largas e toda a roupa era branca.

Tirei os olhos dele um segundo, quando olhei de novo, ele já estava de pé e olhando pra mim. Ele parecia um árabe, com os cabelos crespos e uma barba enorme, e mais uma vez, olhei pro seus pés e me dei conta de que, ele não tinha pés e não encostava no chão, sua cabeça já estava a altura do muro. Eu nem sei o que seus olhos queriam dizer, saí correndo  pra sala de aula, por sorte, era pertinho.

Cheguei lá quase sem fôlego e contei que tinha visto uma assombração.

Resultado: as meninas acharam que era um tarado e começaram a gritar. Os meninos queriam ser os super heróis e saíram em busca do “suposto tarado”. A professora entrou em choque e Eu ainda estava gelada.
A confusão foi geral. O pai de um aluno apareceu de repente e quase levou uma tijolada. Todos os pais foram buscar seus filhos e cobraram satisfações da diretoria.

A questão é, ninguém acreditou em mim e por causa disso os recreios foram cortados, a galera me zoou por um bom tempo e minha mãe ia me deixar e buscar todos os dias na escola, com direito a tabefes se eu não cantasse o hino nacional direito.

Enfim, valeu assombração por ter destruído a minha sétima série.

Enviado por: Anna :)




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