Mitologia em torno de Fenrir
Medo

Mitologia em torno de Fenrir



Fenrir (Fenris ou ainda Fenrisulfr) é um lobo monstruoso da mitologia nórdica. Filho de Loki com a giganta Angrboda, tem como irmãos Jormungand (a serpente de Midgard) e Hela (a Morte). Fenrir seria o responsável pelo final do mundo na mitologia Nórdica.

Acorrentado pelos deuses até o advento do Ragnarok (O Destino Final dos Deuses), Fenrir se solta e causa grande devastação, antes de devorar o próprio Odin (O Supremo deus Guerreiro). Fenrir acaba sendo morto, posteriormente, pelo filho do grande deus, Vidar, que enfiará uma faca em seu coração (ou rasgará seus peitos até o maxilar, de acordo com um diferente autor).


A fonte mais importante de informação sobre Fenrir aparece na seção de Gylfaginning no édico de Snorri Sturluson, embora haja outros, freqüentemente contraditórios. Por exemplo, em Lokasenna, Loki ameaça Thor com a destruição por Fenrir durante o Ragnarök, uma vez que Fenrir pode destruir Odin.

Fenrir tem dois filhos, Hati ("Odioso") e Skoll. Os dois filhos perseguem os cavalos Árvakr e Alsviðr, que conduzem a carruagem que contém o sol. Hati também persegue Mani, a lua. Deve-se notar que Skoll, em determinadas circunstâncias, é usado como um heiti (palavra que descreve uma espécie de kenning, frase poética que é utilizada substituindo o nome usual de um personagem ou de uma coisa) referenciando, indiretamente, ao pai (Fenrir) e não ao filho (esta ambiguidade também existe no outro sentido. Por exemplo, no poema épico Vafthruthnismal, existe uma confusão na estrofe 46, onde a Fenrir são dados os atributos do perseguidor do sol, o que na verdade seria seu filho Skoll).

A partir da "A profecia dos Völva" ou "A profecia de Sybil",(Völuspá) e de sua luta com Vafthruthnir (também relatado no Vafthruthnismal ), Odin percebe que as crianças de Loki e de Angrboda trariam problemas aos deuses. Logo, o poderoso deus traz a sua presença o lobo Fenrir, junto com seu irmão Jormungand e sua irmã, Hela. Após lançar Jörmungandr nas profundezas do mar e enviar Hela para a terra dos mortos (Niflheim), Odin mandou que o lobo fosse levado pelos Æsir.

O medo crescente em torno de Fenrir, e de seu poder, que ficava cada vez maior assim como seu tamanho, fez com que Odin tivesse que tomar alguma providência em relação ao lobo gigante, que estava apavorando a todos em Asgard.

Inicialmente, a criação do lobo fora entregue a Tyr, considerado o mais corajoso entre os deuses, porém nem mesmo ele pode conter o animal, que continuava a causar enormes problemas em Asgard, e então uma reunião para decidir o que fazer foi marcada.

Nesta reunião os deuses resolveram que deveriam mandar fazer uma corrente de elos de ferros, com a enorme espessura, e o cadeado forjado em aço, então surgiu a duvida, como o lobo se deixaria acorrentar? Então, Tyr sugeriu que fosse feito uma especie de desafio com ele, para que eles pudessem ver a sua força. E Odin imediatamente concordou.

Os deuses então partiram para colocar o plano em ação. Odin o levou para passear em um lugar distante de Asgard, e lá ele disse o quão grandioso o lobo era, ficou enchendo o ego do lobo, até que resolveu, propor o desafio, e o lobo o aceitou. Tyr e inúmeros ajudantes traziam a gigantesca corrente, e então foi proposto ao lobo que se deixasse acorrentar e que em seguida, tentasse se libertar das correntes. Tyr então prendeu as correntes no lobo, trancou com vários cadeados, e todos se afastaram do lobo. Odin então gritou para que o lobo tentasse se libertar da corrente. O lobo então em um movimento como se estivesse espreguiçando, arrebentou facilmente as correntes. Os deuses mal puderam crer e logo depois de terem presenciado tal fato, Odin, aplaudiu o lobo e então disse: Muito bem Fenrir, estamos impressionados, agora vamos ver se você consegue se livrar desta.

Uma outra corrente havia sido forjada por precaução. Esta conhecida como Droma, teve a fama atribuída pelo ferreiro que a forjou como sendo a corrente mais solida já criada. Mais uma vez Tyr havia acorrentado o lobo, e logo depois Odin havia dado outro grito para que Fenrir tentasse se libertar das correntes, desta vez o lobo havia encontrado mais dificuldade para romper as correntes, se debateu e lutou contra a corrente até que finalmente foi capas de se libertar da corrente. Mais uma vez Fenrir havia frustrado as expectativas dos presentes, que se viram obrigados a abandonar o local do desafio.


Voltaram a se encontrar, pois o lobo ainda era uma ameaça, e então Skirnir havia tido a ideia de mandar os anões forjarem uma nova corrente, ou algo que pudesse deter a fera. Odin, então consentiu, e assim foi feito, Skirnir se dirigiu a Svartalfheim, a terra dos anões, e cavalgando Slipinir, encontrou os anões solicitando a eles que fizessem algo que pudesse deter o lobo, isso após ter contado toda a historia, sobre o grande lobo e sobre as tentativas falhas de conte-lo.

Os anões então confeccionaram a próxima "corrente", depois de um mês de prazo. Quando Skirnir voltou ele recebeu do anão uma especie de corda de seda chamada gleipinir, porem era uma corda especial, feita com seis ingredientes especiais raríssimos de encontrar. Os ingredientes eram: o cuspe de uma ave, os nervos de um urso, o folego de um peixe, a raiz de uma montanha, as barbas de uma mulher e o som da queda de um gato.

Skirnir voltou para Asgard calvando Slipinir, quando chegou todos se reuniram novamente e foram desafiar o lobo que estava ainda maior, dizem que do tamanho de um navio viking de guerra, porém Fenrir não entendeu porque das outras vezes havia uma corrente e agora somente um pedaço de pano. Fenrir começava a desconfiar da intenção dos Deuses, mas aceitou o desafio, só que para isso ele impôs uma condição: que alguém mantivesse a mão em sua enorme boca como garantia de que não seria preso. Então Tyr o mais corajoso como sempre é que cumpriu esta tarefa.

O lobo foi amarrado com a corda, e tentou se libertar de todas as formas, mas não conseguiu, e quando Fenrir pediu que o libertassem todos começaram a rir exceto Tyr e então Fenrir sem pensar duas vezes, mordeu fora a mão do deus e continuou preso até o dia do Ragnarok.

Mesmo sabendo que chegaria um dia em que Fenrir se libertaria e traria morte e destruição a todos eles, os deuses não o mataram. "O que tem de ser, será", disseram.


Fontes: Portal dos Mitos e Mitologia Nórdica

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