Mini Conto - Delírios Verdes
Medo

Mini Conto - Delírios Verdes




Olá galera atormentada...Hoje voltamos a contar com um texto revisado pela nossa estimada colaboradora Leilane Felgueiras (clique aqui para entender melhor do que se trata). O texto de hoje é um mini conto escrito por mim na época que eu escrevia algumas postagens para o blog Doce Psicose (o bordão "Tenha bons sonhos, se puder..." pertence a esse blog e foi usado nesse texto como uma referência ao Doce Psicose). Quando decidi escrever meu próprio blog, resolvi usar esse texto, sendo ele um dos primeiros contos a fazerem parte do blog Noite Sinistra.

Encha bem seu copo com o mais puro Absinto e deguste o texto abaixo...


Delírios Verdes

Estou sentado em minha cama de onde observo, de apenas um cômodo, todos os pontos do meu pequeno apartamento. As luzes estão apagadas e, se não fosse pela luminosidade prateada e fria da lua, todo o ambiente estaria imerso em trevas. Na mão direita seguro um copo contendo os últimos mililitros de bebida verde que há pouco tempo preenchia a garrafa – agora vazia – que repousa sobre a mesa da cozinha. Em um único gole faço a bebida escorregar garganta abaixo. Deito-me de costas largando o copo que tilinta contra o chão. Minha cabeça parece pesar uma tonelada e a garganta arde em resposta ao líquido recém-ingerido.

Estou de olhos fechados e assim permaneço, mesmo ouvindo um fraco som de risada. Tenho a sensação de que não estou sozinho. Alegro-me com isso. Quando abro os olhos, posso ver uma esfera verde fosforescente flutuar próxima do teto. A esfera de luz se desfaz, restando agora a figura de uma mulher. Rosto de menina em corpo de mulher formada, com curvas doces e provocantes. Ela flutua sobre mim, ainda perto do teto; seu corpo paralelo ao meu. Suas asas sopram, sobre meu corpo nu, uma brisa gostosa e quente que me faz arrepiar.

– Você voltou!!! – digo eu, não escondendo minha alegria.

Minha convidada, por sua vez, apenas sorri docemente. Seu olhar desvia para a mesa onde repousa a garrafa, cujo rotulo exibe, em letras grandes, a palavra “ABSINTO”. Seu rosto se volta para mim iluminado, agora, por um grande e largo sorriso de aprovação. Com um bater de asas, minha nova amiga se dirige para a garrafa. Ela pega o recipiente em suas doces e delicadas mãos de fada, dentro deposita um pó brilhante e, como em um passe de mágica, a garrafa volta a estar cheia. O líquido brilha na mesma intensidade verde metálica de minha doce visitante.

– Como posso retribuir-lhe, minha querida? – pergunto, satisfeito pelo presente que acabo de receber. Ela voa até a pia onde a louça transborda. De lá retorna portando uma faca e um sorriso endemoniado nos finos lábios. Minha pequena lança o objeto que pousa ao meu lado na cama. Entendo prontamente as suas intenções.

– Desculpe lhe decepcionar, meu anjo, mas não sou Van Gogh, tampouco Jean Lanfray. – Digo sorrindo. Ela, por sua vez, compila em seu rosto a expressão de uma criança pidona, mas com sorriso de malícia de quem sabe que vai conseguir o que quer... Talvez não hoje... Talvez...

Minha cabeça dói. O sono está chegando depressa; fecho os olhos. Posso sentir sua presença bem próxima de mim, agora. E ela me toca a testa com os lábios em um beijo quente e gostoso. No movimento seguinte, ela sussurra em meu ouvido, com a mais linda voz de menina mulher que esse mundo já ouviu.

– Tenha bons sonhos, se puder...

Assim como em sua chegada, ela parte do meu quarto em uma esfera verde luminosa. Eu aperto as pálpebras, fechando os olhos com força de fazer a testa franzir, e inicio uma oração pedindo às forças do mundo para que eu esteja vivo no dia seguinte e, se possível, com todos meus membros intactos. Peço, também, que a faca, que agora repousa ao meu lado, amanheça como ela está agora: com sua lâmina limpa e sem provar uma única gota de sangue inocente. Termino a oração e me entrego ao cansaço. O delírio verde logo acabará.
(Autor - FSG)

A atormentada responsável por corrigir o texto dessa postagem...
Leilane Felgueiras - Estudante de Licenciatura em Letras e Formação de Revisores - Universidade Veiga de Almeida - RJ.
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Quando amanhecer, você já será um de nós...

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