Medo
Fuente Magna, a pedra de Rosetta da América do Sul
Olá amigos e amigas, hoje voltamos a abordar mistérios históricos da América do Sul. Nessa postagem falaremos da Fuente Magna, também conhecida como a pedra de Rosetta da América do Sul. Esse artefato é considerado por muitos, como a prova de que os antigos povos Sumérios estiveram no nosso continente. Convido vocês a entender melhor essa história.
A descoberta
Um grande recipiente/vaso de pedra, nomeado Fuente Magna, foi encontrado na área do lago Titicaca, Bolívia, cerca de 80 km de La Paz, na propriedade da família Manjón, por um camponês no final da década de 50 do século XX. Este achado arqueológico foi resgatado e restaurado pelo arqueólogo boliviano Don Max Portugal Zamora, que intitulou o vaso como Fuente Magna, e neste objeto foram encontradas inscrições de origem Sumério-Acadianas, confirmadas e traduzidas pelo Dr. Clyde Winters (PhD).
A Fuente Magna cai no esquecimento
O magnífico achado não foi mostrado até começarem as investigações, tendo ficado desconhecido até o ano 2000, quarenta anos após a sua descoberta. De forma impressionante o sítio arqueológico não foi objeto de investigação até a chegada dos arqueólogos Bernardo Biadós Yacovazzo e Freddy Arce, que acabaram fazendo mais descobertas.
Os dois arqueólogos nomearam o recipiente como Pedra Rosetta das Américas, e segundo relatos do antropólogo Mario Montano Aragon o local tem sido investigado com restrições, com acompanhamento de dois Prefeitos locais, mesmo o trabalho não tendo financiamento estatal.
Em nota os investigadores acrescentam os itens mais importantes do trabalho que realizam:
1- Estamos lidando com um objeto feito de acordo com as tradições da Mesopotâmia;
2- Eles contêm dois textos: um em escrita cuneiforme e outro em língua semítica da região do Sinai, de possíveis influências cuneiforme;
3- De acordo com os símbolos utilizados é um objeto que, evidentemente, pertence ao período de transição entre a escrita ideográfica e cuneiforme.
4- Cronologicamente, isto nos leva à 3500/3000 A.C., o período sumério/ acadiano.
Quando os investigadores chegaram ao local onde foi encontrado o objeto tiveram sérias dificuldades para localizá-lo, pois ninguém conhecia a antiga família Manjón, que tivera suas terras trocadas pelo General Armando Escobar Uria, para que as investigações de Max Portugal Zamora pudessem ser feitas a contento. Fica evidente que na época do achado, Don Portugal teve toda a proteção do Estado para que fizesse o seu trabalho. Altamente misterioso foi o “abandono” e a “ocultação” dos estudos por tantos anos.
Para superar as dificuldades contaram com a ajuda do ancião Maximiliano de 98 anos, que foi o único a reconhecer a foto do vaso que a equipe carregava, ao qual chamou de "El Plato del Chancho". O mais impressionante foi o relato do ancião, que disse existirem vários pratos com inscrições parecidas que foram retiradas do local. O ancião demonstrou o exato local aonde foi extraída a Fuente Magna.
Os Símbolos e a referência com os Sumérios
De acordo com os textos antigos, Ni-ash (Nammu o Nía) era a deusa que deu à luz ao Céu e a Terra, nos tempos dos sumérios. O baixo-relevo que existe na parte interior do copo, que pode evocar uma rã (símbolo da fertilidade), segundo alguns investigadores é justamente a representação de Nía, a deusa dos Sumérios.
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"Alfabeto Cuneiforme" Sumério |
Os outros símbolos que se encontram nas laterais do baixo-relevo e na parte adjacente às incisões proto-sumérias, foram interpretadas como quellca, idioma escrito da civilização Pukara, mas não foram decifradas.
Na parte externa do copo existem alguns baixos-relevos zoomorfos que lembram a cultura de Tiahuanaco: peixe e serpente. É muito provável que a Fonte Magna tenha sido utilizada como copo sagrado para cerimonias esotéricas que cultivava a fertilidade e a busca da pureza.
Aqui surge a seguinte pergunta: como é possível que haja inscrições proto-sumerias em um copo encontrado perto do lago Titicaca, a aproximadamente uns 3800 metros de altura acima do nível do mar, distante milhares de quilômetros do lugar de expansão da civilização suméria?
Antes de mais nada, devemos lembrar que a existência do Novo Mundo era perfeitamente conhecida pelos Fenícios e Cartagineses que navegavam África no I milênio antes de Cristo, mas seus conhecimentos provinham dos Sumérios, povo que sempre se associa, equivocadamente, “com o nascimento da civilização”.
Sabe-se que os Sumérios navegavam em suas embarcações pelos canais do Tigre e do Eufrates com o objetivo de exercer o comércio. Contudo, pouco se sabe sobre a navegação dos Sumérios, que tinham como base a atual ilha de Baréin, onde recentes escavações demonstram a existência de um porto comercial que estava em atividade no terceiro milênio antes de Cristo. Nos textos sumérios, o atual Baréin se chamava Dilmoun, e daí, as frotas sumérias partiam para trocar tecidos, ouro, incensos e cobre. As embarcações sumérias eram grandes, com capacidade de transportar até 36 toneladas.
Segundo Bernardo Biados, os Sumérios navegaram para a África já no terceiro milênio antes de Cristo, contudo, quando chegaram às ilhas de Cabo Verde, encontraram a passagem bloqueada por ventos contrários que sopravam incessantemente em direção ao sudeste. Portanto, viram-se obrigados a fazer a rota em direção ao oeste em busca de ventos favoráveis. Foi assim que chegaram, por causalidade, ao Brasil, às costas do atual Estado do Piauí ou mesmo no Maranhão. Desses pontos exploraram o continente remontando os afluentes do Rio Amazonas; em particular, o Rio Madeira e o Rio Beni.
Dessa maneira, chegaram à meseta andina, que provavelmente e 3000 a.C não tinha um clima tão frio. Misturaram-se com a população Pukara, que por sua vez eram originárias da Amazônia (expansão Arawak), e com os povos Colla (cujos descendentes hoje falam a língua aimara). A cultura suméria influenciou à gente da meseta, não apenas com fatores religiosos, como também no tocante ao léxico (acervo de palavras típicas de um idioma). Com efeito, muitos linguistas encontraram muitas semelhanças entre o sumério e o aymara.
Alguns sumérios voltaram ao Velho Mundo, levando coca, que foi encontrada também nas múmias de alguns faraós egípcios.
Há pouco, Bernardo Biados e Freddy Arce analisaram e estudaram a fundo o monólito de Pokotia, que contém interessantes inscrições na parte posterior (dorsal), as quais podem relacionar-se também com viagens entre oceanos ocorridas antes do terceiro milênio a.C.
Somente com um estudo comparado de genética, arqueologia, linguística e ciências epigráficas será possível alcançar, em um futuro, a verdadeira compreensão sobre as relações entre os antigos povos do mundo, com a finalidade de traçar um mapa detalhado de toda a evolução humana.
Fontes: Yuri Leveratto e Ab Origine.
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