Diário de Um Psicopata
Medo

Diário de Um Psicopata



Era dia, uma bela manhã por sinal. Os raios de sol entravam por minha janela e batiam em meus olhos. Ainda deitado, pensava em tudo, me imaginava como em um sonho, eu sabia que precisava fazer aquilo.

Foram duas semanas planejando tudo. Ela se chamava Isabele. Era linda, tinha apenas 23 anos mas já era uma mulher completa. Sua pele branca parecia de cera, seus cabelos morenos faziam um contraste perfeito e seu sorriso... Aaah seu sorriso... Ele me alucinava, me chamava, ele me atraia como um beija-flor a procura de néctar, era como se seu sorriso me convida-se para tudo aquilo. Eu tinha certeza, esse era meu destino. Era esse o destino dela.

Ao cair da noite, não tarde ainda, esperei-a sair do trabalho. Como de rotina ela segurava seu jaleco, tão branco quanto sua pele. Estava inquieto, sentia a adrenalina tomar conta do meu ser, há aquela altura não podia mais voltar atrás, já estava tudo acertado. Ao passar perto do meu carro, num ato rápido e inesperado, imobilizei-a e com uma adaga a obriguei a entrar no banco de carona. Amarrei então seus pulsos e pés para evitar uma possível fuga. Na rua não havia ninguém, não era possível que escapasse.

Fomos então para uma velha fazenda não muito distante dali. Foram cerca de 30 minutos, e em todo o percurso ela chorava e suplicava pela vida. Eu a prometi que se fizesse tudo o que queria a deixaria viver. Quando chegamos, para minha sorte, ela estava desmaiada. Admirei aquele belo rosto de perto e beijei ternamente seus lábios. Levei-a então para onde seria sua última noite.

Foi nessa velha cabana que passara minha infância, recordações ruins vem à tona toda vez que venho aqui. Fora uma vida difícil e conturbada. Desde pequeno tenho sonhos do tipo, mas nunca criara coragem para tal ato, e naquele dia, finalmente, realizei um sonho. Um sonho de morte.

Amarrei-a no chão com os braços e pernas abertas e bem esticadas em uns pilares que eu havia colocado previamente. Lentamente ela foi acordando e retomando a consciência. Com meu punhal cortei e tirei toda sua roupa. Fazíamos amor. Seu choro e gritos de desespero soavam como uma musica alegórica em meus ouvidos. Mas faltava algo, não era o bastante ainda, precisava de mais. Com o mesmo punhal fiz um corte em um de seus seios, não muito profundo pois não queria que ela morresse, não agora. O sangue escorria pelo seu corpo e neste momento, ela já em pânico, clamava por socorro e piedade. Senti então que era aquilo o que estava faltando, em seguida fiz vários cortes em todo o seu corpo, 32 no total, um número de sorte. Seu sangue já havia tomado conta de todo seu corpo e parte do meu, formava uma espécie de manto fúnebre aveludado, ela ficara ainda mais linda.

Eu podia ver o medo em seus olhos, finalmente consegui senti-lo e isso me possuía, me fazia sentir vivo. Precisava de mais. Então no ápice do meu gozo a apunhalei no pescoço, um corte profundo e certeiro, o sangue esguichara em toda minha face, nunca havia me sentido assim. Conseguia sentir o cheiro da morte no ar, era um cheiro frio e pesado. Ainda consegui ver a vida saindo de seus olhos, como se sua alma saísse de seu corpo ainda quente...

Escrito e Enviado por Alef Henrique



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