Medo
As inscrições da Pedra do Letreiro em Quixeramobim - CE
Saudações amigos e amigas. Hoje falaremos da Pedra do Letreiro em Quixeramobim – CE. Esse assunto nos foi sugerido pelo amigo Lafayete Lima, que enviou as imagens que poderão ser vistas na postagem abaixo, e nos motivou a realizar uma pesquisa a respeito desse assunto que se assemelha muito ao mistério das inscrições da Pedra de Ingá – PB (clique AQUI para ler). Quem já leu algo sobre a pedra de Ingá, sabe que algumas das suas inscrições se assemelham muito a caracteres sumérios e fenícios, o que é usado como argumento para afirmar a descoberta do Brasil se deu muito antes da chegada de Cabral.
A pedra do Letreiro
A Trilha do Letreiro pode ser alcançada depois de dez quilômetros no sentido Quixeramobim - Iguatu, pela rodovia CE-060. Na localidade de Cupim, entra-se à esquerda e com mais três quilômetros chega-se à Fazenda Alegre, às margens do riacho que leva o mesmo nome. Por entre a vegetação rala da Caatinga e alguns lajedos, está a Pedra do Letreiro, um dos sítios arqueológicos mais importantes da região. O percurso entre a ida e a volta é de 3.800 metros e leva o tempo estimado de três horas para ser completado. Em decorrência do abandono, em meio às inscrições, também podem ser vistas ações de vândalos.
Moradores e empresários solicitam que o local seja protegido e que a atividade turística seja incentivada, podendo dessa forma gerar renda para toda a região do Sertão Central.
Nesse impressionante sítio arqueológico cearense encontram-se registros feitos na pedra com milhares de anos de idade. As inscrições já foram estudadas por vários pesquisadores, como: historiadores, antropólogos e geólogos. Até o momento nenhuma conclusão concreta foi apresentada oficialmente para explicar qual grupo indígena teria feito tais marcas na rocha.
Na década de 70 um grupo de pesquisadores estrangeiros esteve na região estudando os símbolos encravados na rocha, como conta o taxista Almir Fernandes, que transportou um grupo de pesquisadores norte-americanos naquela época. Esses pesquisadores montaram acampamento na região próxima a pedra do Letreiro, conduzindo assim vários estudos no local.
Segundo o historiador Marum Simão, essa região era habitada por índios Quixarás. Segundo ele algumas das inscrições mostram o que seriam pilões e outros utensílios usados pelos indígenas.
A área onde encontram-se as inscrições mede em torno de meio quilômetro, sendo entrecortada pelo riacho e os lajedos com várias formas físicas.
A professora Marcélia Marques, doutora em Arqueologia, por meio de pesquisa de campo, identificou na trilha do Letreiro vários outros registros históricos, que tornam o sítio arqueológico como um dos mais importantes no Ceará, por conta da arte rupestre esculpida nas pedras. Ela conta que, em 2000, quando realizava pesquisa em Quixeramobim, para a sua dissertação de mestrado, esteve naquele local. Ela apresentou uma sugestão, aos órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio, para um trabalho no sentido de proteger os sítios arqueológicos, objeto da pesquisa acadêmica.
"Pudemos perceber que os pintores pré-históricos incorporaram elementos da própria rocha na composição de suas pinturas. Constatamos que foram realizadas diferentes técnicas de incisão na rocha, de acordo com o grau de dureza delas", ressalta Marcélia.
Segundo a geógrafa e ex-secretária de Turismo de Quixeramobim, Terezinha Oliveira, o Município registra em pedra os traços e costumes de alguns povos primitivos do sertão. Além da Pedra do Letreiro, as marcas espalham-se por diferentes lugares na zona rural: Canhotinho, São José, Mocó, Poço da Serra e Serrote Santa Maria, na Fazenda Caraíbas. E ainda, na Cachoeira do Nêgo, encontram-se os serrotes da Onça e da Fortuna. Na localidade de Tanquinhos e o serrote da Lagoa do Fofo, na Fazenda Jordão.
A Pedra do Letreiro tem 875 inscrições rupestres, o local é rodeado de outras 16 formações rochosas em forma de círculo, no leito de um riacho com queda d´água.
Vale Monumental
A homogeneidade da paisagem de Quixeramobim e Quixadá levou a Secretaria de Turismo do Ceará (Setur) a agrupar os dois municípios no "Vale Monumental do Ceará", região delimitada pela Setur com o intuito de inclusão dos roteiros dirigidos ao meio científico e aos apreciadores da natureza. Em Quixeramobim, foram realizadas melhorias na Pedra do Letreiro e no Olho D´Água, entretanto, é necessário recuperar as estruturas. Foram danificadas ao longo do tempo, pela ação da chuva e o descuido dos visitantes, avalia Terezinha Oliveira.
Em toda região estão sendo conduzidos estudos arqueológicos organizados pelo Núcleo de Arqueologia e Semiótica do Ceará (Narse), ligado à Uece, em parceria com a Universidade Federal do Ceará, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e Fiocruz.
Teorias alternativas
Quixeramobim fica a pouco mais de 600 km de distância de Ingá, onde se localiza a pedra de Ingá, e suas misteriosas inscrições que são apontadas por muitos arqueólogos como provas da presença de povos do Oriente Médio há 18.000 anos. Segundos esses estudiosos as inscrições seriam na verdade escrituras realizadas na língua hitita. Algumas pessoas acreditam que tanto as inscrições encontradas na Paraíba, como as encontradas no Ceará teriam sido obras dos povos do oriente médio, e apontam para alguns símbolos semelhantes encontrados nas inscrições em ambos os estados.
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Acima uma imagem da Pedra do Letreiro no Ceará e abaixo uma imagem da Pedra de Ingá na Paraíba. Em ambas as imagens podemos ver um símbolo idêntico. |
Vale lembrar que Quixeramobim fica a apenas 182 km de distância da cidade de Tauá, onde um antigo açude teria sido construído pelos fenícios, segundo as histórias do povo da região (clique AQUI para saber mais).
Como já foi mencionado anteriormente, até o momento não foi explicado de maneira satisfatória qual o grupo indígena teria criado as inscrições da pedra do Letreiro, isso é usado como argumento para aqueles que creem nessa versão alternativa. Esse seria mais um argumento para provar que sumérios e/ou fenícios, já estiveram no Brasil. Na verdade eles acreditam que na Pedra do Letreiro, podemos encontrar pinturas rupestres feitas por indígenas brasileiros, mas que nessa pedra também podem ser encontradas gravuras feitas por povos não nativos do Brasil. Seriam essas as gravuras "estrangeiras" que tem dificultado a vida dos arqueólogos tradicionais, afinal de contas a maioria deles contesta essas teorias alternativas, logo ficam procurando uma explicação dentro de um universo limitado de opções.
Alguns outros indícios são apontados como possíveis provas para a presença de povos do oriente Médio no Brasil, como por exemplo: os manuscrito 512, os estudos de Frei Fidélis, O gigante adormecido e as três pedras no interior paulista e O misterioso Açude Velho dos Caboclos – CE.
Agradecimentos ao amigo Lafayete Lima pela dica e pelas imagens compartilhadas
Fontes: Forquilha ontem hoje e sempre, Diário do Nordeste e Semi Árido
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